quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

MICRO-ROMANCES DA BULA

A ideia que surge agora é de fazer um livro com 100 micro-romances com rmancistas de renome em Mutum e comemoração aos 100 anos em 2016.

20 micro-romances em 140 caracteres

Escritores, jornalistas, blogueiros foram convidados a escreverem um romance em até 140 caracteres, excetuando título e com temática livre. Embora não seja reconhecido como um gênero literário — sendo associado às tendências de vanguarda e ao minimalismo — as micronarrativas ganharam um considerável número de adeptos nas duas últimas décadas. A partir do início dos anos 1990, estudos e antologias começaram a abordar o tema de forma enfática, resultando em centenas de publicações em todo o mundo.
Participam da antologia: Ademir Luiz, Clara Averbuck, Denise Rossi, Edival Lourenço, Edson Aran, Fal Azevedo, Fred Navarro, Graça Taguti, Jean Boechat, Marco Antonio Barbosa, Marcos Caiado, marina w., Mauricio Savarese, Milly Lacombe, Nei Duclós, Nelson Moraes e Rosana Hermann.
Sam Spade
O velho policial aposentou-se, após uma carreira sem glamour. Decidiu virar Sam Spade e escreveu um romance que chamou de autobiografia.
(Ademir Luiz)
Troca de Segredos
eu lhe conto todos os meus; o sr. faz o cadeado; eu engulo a chave; e ninguém nunca mais fica sabendo. nem eu.
(Clara Averbuck)
A Cigarra de Wall Street e as Formigas
A cigarra chegou na fábrica e demitiu mais de 400 formigas. Um passo em falso na bolsa de valores e estava falida. Teve uma parada cardíaca.
(Denise Rossi)
(L)Ego
Confundiu Ego com Lego e agora encaixava pedacinhos de sua consciência em múltiplas combinações de personalidade.
(Eddiemasses)
Perda Irreparável
Tanto a dizer, de sonhos a compartilhar. Mas de repente você se foi, qual aragem das manhãs. Antes que eu formulasse os termos do discurso.
(Edival Lourenço)
Zoltan, o Supremo
Depois de perder o terceiro emprego e a segunda mulher, ele finalmente acionou a máquina pandimensional e virou Zoltan, o Supremo. #SciFi
(Edson Aran)
Maria Esteve Aqui
Explicação na página 2, a trepada da página 33, o conflito da página 87, o salto para o nada da página 101. Sem capítulo de redenção. Fim.
(Fal Azevedo)
Passatempo
Jovem, anteviu num sonho o próprio fim, grandioso, heroico. Viveu como um prisioneiro, a esperar esse dia. Morreu esperando.
(Fred Navarro)
Vida Sem Vírgulas
A vida hoje aboliu vírgulas nos livros e no cotidiano. Amores se esvaem pois falta oxigênio nas declarações. Todos falam sem parar. E morrem.
(Graça Taguti)
Mergulho
Despediu-se e entregou-se ao amor, com apenas só um pouco de culpa não declarada, mas bem sentida.
(Jean Boechat)
Kartón Chrónou
Eles se encontram no começo do expediente. “E hoje?”, perguntou Prometeu. “Morro acima. Mande um abraço para a águia!”, respondeu Sísifo.
(Marco Antonio Barbosa)
#eSobra
O Amor do Poeta (começo, meio e fim), cabe inteiro num tuíte: qwertyuiop asdfghjkl zxcvbnm .,?! — É a pena uma questão de encaixe.
(Marcos Caiado)
Automóvel
Ele olhou pra mim e falou: Estou encantado por você. Vieram os beijos, palavras soltas, taquicardia, segredos. Seria finalmente o amor? Não.
(marina w.)
Manual de Fome Anthony Garotinho para Greves de Bolso
Só use se tiver uma causa nobre. Não pense em comida. Pereça diante da imprensa. Não pense em comida. Pensou, não é? Então comece de novo.
(Mauricio Savarese)
A Busca?
Vai em busca do pai, é abusado, mata, foge, escapa da busca original, apaixona-se, tem filho, retoma fuga, é morto p/ policial, q era o pai.
(Milly Lacombe)
Chantagem
Só tenho um poema, disse o menino. Serve, disse o contrabandista. Agora te manda.
(Nei Duclós)
Amor, Toccata e Fuga
Minha vida com Giselle era uma partitura. Muito mimimi, ela falando de si e eu ouvindo de dó. No fim, nem eu estava lá, nem ela era meu sol.
(Nelson Moraes)
Livre-se
Minha vida é um livro livre, livrado, aberto. Minha vida é um libreto liberto. Viverei escrevendo até morrer. Aí, da vida, me livrarei.
(Rosana Hermann)

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