quinta-feira, 6 de junho de 2013

FAROESTE E FAR-LESTE

Mutum tem uma história parecida em certos momentos com filmes de faroeste, seria far-este, no leste de Minas.

Quando criança gostava eu de faroeste, brincava eu de faroeste na rua Hélio Pôncio, conhecida como rua da olaria. Agora compartilho com vocês uma resenha do filme sobre faroeste.

Assim diz o ensaista: Durante boa parte da minha vida considerei filmes de faroeste como “expressões menos significativas de arte”. Levei décadas para perceber, por meio das observações de um amigo e antigo aluno, que havia algo de muito interessante e realmente relevante em alguns filmes de faroeste. Como, de resto, em qualquer outro gênero cinematográfico e não obstante se tratar, no caso de westerns, quase sempre de cinema americano, de interpretações questionáveis da história dos Estados Unidos, etc. Em geral é preciso certo tempo para se perceber que existem outros filmes e outras ideias além daqueles que conhecemos em nossos primeiros anos de vida; e um tempo maior ainda para percebermos a existência do valor de muitas ideias que havíamos presunçosamente deixado para trás. Consta que Orson Welles teria visto “No tempo das diligências” mais de 40 vezes; filme também dirigido por John Ford, também filmado em Monument Valley e tendo John Wayne em seu primeiro papel principal. Isso em 1939, quase vinte anos antes de “Rastros de ódio”.

Veja a resenha completa em: http://espacoacademico.wordpress.com/2013/06/05/rastros-de-odio/

domingo, 2 de junho de 2013

CLAUDITOS & CLAUDICES_003

Quando se planta uma semente, espera-se uma árvore frondosa ou frutos. Quando se planta a Boa Nova de Jesus Cristo, espera-se muito mais que ouvidos atentos!

sábado, 1 de junho de 2013

claudiomilitante: Vida Maria

Vídeo que resalta o ciclo familair do analfabetismo que queremos combater. O projeto Arca das Letras, que estamos trazendo para Mutum-MG, te...: Vida Maria:

terça-feira, 28 de maio de 2013

POESIAS DE 1997_002

   
NOITE IGUAL

Uma noite sem dormir
o efeito dominó
eu pensei em sair
mas não tenho onde ir
e não tenho ninguém
e não sou ninguém

uma noite sem domínios
de assassinos soltos
uma noite envolto
no medo de morrer
disseram que aqui no morro
ninguém socorre

uma noite sem ser noite
sem anotações
nossas ações em vão
que vá tudo embora
que vá tudo então
uma noite apenas igual

POESIA DE 1997_001

CARTAS MARCADAS

É possível que as coisas
continuem como estão
hora de dizer zim
hora de dizer não
e uma placa de proibição
por onde vamos.

É possível que as cartas
estejam marcadas
é fácil de saber quem é rei
e quem é coringa
basta decifrar os sinais
basta decidir desafiar

É possível que a poesia
de nada vai adiantar
se hoje nem almoçamos
não vamos tentar jantar
é possível que não haja chances
para a gente acertar

NÃO DEIXE EM BRANCO O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

EDUCAR PELA IGUALDADE RACIAL.

Esse post tem por objeto lembrar às escolas que não podemos deixar passar em "branco" o dia da Consciência Negra. Talvez um movimento em Mutum-MG a partir desse trocadilho NÃO DEIXE EM BRANCO, O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA. Em consonância com nosso vereador Carlão, de Campinas.

Proposta de Carlão do PT, que pretende instituir “Semana Educar Pela Igualdade Racial”, será lançada em evento nesta terça (28/5), 14h30, n...Vereador Carlão do PT: EDUCAR PELA IGUALDADE RACIAL. Carlão quer Semana p...:n
claudiomilitante: EDUCAR PELA IGUALDADE RACIAL.:

CLAUDITOS & CLAUDICES_002

A vida é um presente de Deus, mas nossa história é construída passo a passo, e a distância de cada passo não é métrica, matemática. É acima de tudo, proporcional ao nosso comprometimento com a vida, nossa e de toda a humanidade.

(SAUDAÇÃO DE FELIZ ANIVERSÁRIO NO FACEBOOK)

PRÊMIO CAMÕES: MIA COUTO


O escritor moçambicano Mia Couto foi escolhido nesta segunda (27) o vencedor da 25ª edição do Prêmio Camões, a mais importante honraria da literatura em língua portuguesa. O autor receberá € 100 mil (cerca de R$ 265 mil).

Autor de romances como "Terra Sonâmbula" e "Jesusalém", todos publicados no Brasil pela Companhia das Letras, Mia Couto, 57, é o segundo escritor de Moçambique a ser agraciado pela premiação --o primeiro foi José Craveirinha, em 1991.
Leia a reportagem em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/05/1285850-escritor-mocambicano-mia-couto-vence-o-premio-camoes.shtml.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

POESIA: SILVAS

 SILVAS

?Quem matou José da Silva
?Quem matou Maria da Silva
?Quem matou Marta da Silva
?Quem matou José  Filho da Silva
?Quem matou um Silva

a polícia diz que não sabe
a política diz que tem outras coisas
que são prioridades
o asfalto que atropela
o palácio que decai e levanta
e o assalto que não dá cadeia

o povo diz bem feito
e silvas e silvas e mais silvas
são mortos todos os dias
mortos a tiro
mortos a fome
mortos   de trabalhos
mortos

POESIA: O RETORNO

O RETORNO

Hoje você vai voltar
:Hoje você vai me  pedir
_Perdão, meu amor
_Perdão, por favor
Hoje você vai me revoltar
e vai voltar
e eu vou aceitar
e te receitar
um remédio para a gente se acabar
dentro de uma noite
sem cabimentos
e vou tentar remendar
esse rasgo
e que você me traga
um pedaço de paixão
e um fio de cabelo teu
hoje você será minha
e não será a primeira vez

quinta-feira, 23 de maio de 2013

OS CAMINHOS DA CULTURA NO LADO ESQUERDO DO PAÍS


O livro Um gosto amargo de bala, autobiografia da atriz, jornalista e militante Vera Gertel, narra uma parte importante da história da esquerda brasileira entre os anos 1930 e 1970. Filha de militantes do Partido Comunista, desde a juventude Vera atuou na esfera cultural, fundando com os companheiros do Partido Comunista Brasileiro (PCB) Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Filho – com quem foi casada – o Teatro Paulista do Estudante (TPE), ainda nos anos 1950.

Trabalhou como atriz no Teatro de Arena de São Paulo, com o qual o TPE se fundiu, e juntou-se ao Centro Popular de Cultura (CPC), iniciativa de radicalização política impulsionada por artistas e intelectuais comunistas, no começo dos anos de 1960. Após o golpe de 1964, aproximou-se da luta armada, dando apoio à ação de antigos companheiros como Joaquim Câmara Ferreira, seu padrinho, e Carlos Marighella. Nessa fase, iniciou sua carreira de jornalista e deixou de atuar nos palcos.
Leia o artigo, contendo entrevista com Vera Gertel, em: http://www.brasildefato.com.br/node/12843.

sábado, 18 de maio de 2013

MAQUIAGEM E MAQUINAGEM

Ando meio apreensiva com o que tenho presenciado em alguns ambientes...Vejo um mundo robotizado. As máquinas substituíram há tempos o calor humano, isso é fato confirmado. E isso pode parecer muito bom enquanto se fala em progresso. Mas enquanto se refere à condição de humanidade, isso é desastroso! Não faz muito tempo, eu teci um comentário à respeito de minhas angústias em um determinado local...Eu observava e dizia: Não podemos nos transformar em máquinas...somos seres humanos, e seres humanos se respeitam, se preocupam uns com os outros. Naquele tempo eu já percebia manobras que nos levavam a nos comportarmos como robôs, máquinas programadas para obedecer cegamente às ordens de gente inescrupulosa e egoísta. Mas os meus medos estão se concretizando. Há uma crescente tendência de levar o ser humano servidor público à essa condição. E o cuidado que devemos ter é para que não entremos no jogo de governos alheios à vida e desprovidos de qualquer sinal de consciência cristã. Eu nunca vou me curvar aos desejos do "inimigo" que vem mascarado de nova forma de viver, de novos tempos. Sou uma professora cristã e nunca me conformarei com esse novo jeito. A educação é a melhor forma de levantar o homem e fazê-lo livre das amarras e das manobras politiqueiras. E é assim que eu gosto de viver...Deus acima de qualquer outro propósito e me guiando a rumos certos de amor e dedicação ao meu próximo. Quem quiser me entender que olhe para dentro de si mesmo e faça a sua revisão de vida...Como estou me comportando no meu trabalho? Sou máquina ou ser humano?

RUTE PIRES.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

sábado, 4 de maio de 2013

O MOVIMENTO SINDICAL NO CINEMA, Blog Wagner Marins

Na São Paulo de 1980, o jovem operário Tião e sua namorada Maria decidem casar-se ao saber que a moça está grávida. 
Ao mesmo tempo, eclode um movimento grevista que divide a categoria metalúrgica. 
Preocupado com o casamento e temendo perder o emprego, Tião fura a greve, entrando em conflito com o pai, Otávio, um velho militante sindical que passou três anos na cadeia durante o regime militar. Blog Wagner Marins: O MOVIMENTO SINDICAL NO CINEMA:

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O CORPO


A beira da linha o corpo salta aos trilhos
num súbito desejo de experimentação,
aproxima-se na ânsia de sentir de perto
o perigo que parece encantador.

Por milésimos de segundos
uma vida inteira brilha na ferrugem,
como num lapso de memória
sente-se enebriado de tanta adrenalina.

Por linhas retas perpendiculares,
dá-se brilho à maravilhosa experiência
de uma vida cheia de aventuras vazias
sem nexo, nem fim.

Estremece sob o céu
sem estrelas,
sem lógica,
sem aparente razão de ser.

O sangue circula tão rápido pelo corpo
que as veias e artérias precipitam-se
em movimentos descoordenados
e, palpitações que fazem sangrar por dentro.

O corpo parece flutuar
a mente não obedece
os trilhos escurecem,
uma multidão os seguem.

Na imediatez do agora,
ninguém se respeita.
Ouvem-se vozes e,
não escuta-se nada.

Falta algo.
Mas, o quê?
Esperava que os trilhos dissessem,
o que as ruas não conseguem dizer.


De Junio william
No grupo POESIAS


sábado, 13 de abril de 2013

POEMAS PARA CELEBRAR A VOLTA DA ENERGIA MAIS CARA DO BRASIL


A VASTIDÃO DO MEU MUNDO
Meu mundo é muito vasto
Tão vasto quanto o mundo de Carlos
Tão vasto quanto cada palavra
Quanto cada campo lavrado

Meu mundo é muito pasto
Com teia alimentar estabelecida
Aprisionando minha vida
A um nível trófico predeterminado

Meu mundo é tão vasto
Que cabe nos canais da minha TV a cabo
Que cabe na pequenez geométrica do portarretrato
Que cabe nesse pseudopoema

Mas é o mundo que eu tenho
É desse mundo que eu venho
De nada nada me abstenho
Mas é o mundo que eu tenho





MEU POEMA, MEU MUNDO

Escrevo um poema besta
Não será lido por ninguém
Não fará parte de nenhuma antologia
Não causará nenhuma reação alérgica

Escrevo um poema debiloide
Sem sonoridade, sem decibéis
Sem anjos, sem demônios
Sem ditadura, sem democracia

Um poema para ficar perdido no PC
Sem reclamação no SPC
Sem retalhação em qualquer DP
Sem deixar ninguém a mercê de comprimidos

Um poema igual ao meu mundo
Imundo, imaturo e imaculado
Sem escoriações no rosto ou no coração
Abaixo da última camada da escória social



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MUNDO REAL


Eu prefiro um mundo real
Sem fantasias, sem fanta laranja
Sem sabores artificiais
Sem saberes superficiais

Eu me refiro ao mundo real
Sem reinado, sem releituras
A censura presente na opinião pública
A república ausente de qualquer política pública

Eu me firo num mundo real
De ice e fire, de aço e fogo
De acidentes incidentais
No cotidiano das veias do país

Eu me atiro num mundo real
Cada vez mais, cada vez mal
Sou maltrapilho, sou maltratado
Sou filho dos tratos não cumpridos
Dos tribunais dos desculpados
Dos jornais dos descomprometidos
Dos quais sequer faço parte do partido



MUNDO CÍCLICO

Anoitece em qualquer mundo
Mesmo os iluminados por energia elétrica
Anoitece em qualquer corpo
Mesmo os mutilados no massacre da serra elétrica

Apodrece-se em qualquer mundo
Mesmo nos hitleramente desinfetados
Apodrece-se em qualquer corpo
Mesmo nos burguesamente engaiolados

Acontece de tudo em qualquer mundo
Mesmo em mundos que o jornal não cobre
Acontece de tudo em qualquer corpo
Mesmo no corpo que a plástica encobre

Amanhece em qualquer mundo
Mesmo onde o cogumelo atômico ilumina
Amanhece em qualquer corpo
Mesmo no que foi vendido à noite na esquina

Anoitece
Apodrece
Acontece
E amanhece
Em qualquer mundo
Em qualquer corpo



ENTRE AS ASAS E O PEITO

O mundo que fica compreendido
Entre minha casa e a padaria
Entre minhas asas e a periferia
Tem podres, tem pobres, tem utopia

O mundo que fica se corrompendo
No pronto-socorro e no morro
Onde eu estou morrendo
A cada dose, a cada trago, a cada porre

O mundo que fica se comercializando
No shopping, na câmara e no templo
Cada coisa no seu tempo
cada coisa no seu espaço

eu sem tempo e eu sem espaço
eu que nada faço além do fácil
eu que nada quebro além do frágil
nada rompo além do rombo na minha conta bancária

o mundo que fica comprimido
entre o pão e o comprimido
entre as asas e o peito ferido
entre o feriado e os dias de domingo
acaba comigo


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SUFOCO DE CADA DIA

Eu queria ser um superhéroi
Para salvar o mundo do mal
Para saltar do alto do Everest
Para sanar todas as pestes

Eu queria ser um santo
Para converter os infiéis
Para distribuir todos os meus reais
Para rezar durante quarenta dias

Eu queria ser um Gandhi
Para engrandecer minha fome
Para emagrecer minha dor
Para desmoralizar o opressor

Eu queria ser um Dalai Lama
Para reacender a chama da esperança
Para sorrir diante de tanta lambança
Para desmontar adultos com sorriso de criança

Mas eu sou eu e o mundinho ao meu redor
Nem melhor, nem pior
Um mundo que eu sei de cor
E vivo e faço o que posso
Para sair do sufoco de cada dia
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DESDE O PRIMEIRO MILÉSIMO DE SEGUNDO

Para caminhar de um lado para outro
Para sofrer metamorfose e manter o corpo
Para tomar a última dose e pegar outro copo
Para falar metáfora que mente e mata

Para cantar uma canção que nunca esteve na parada
Para parar o mundo e romper com a gravidade
Para chegar ao clímax e evitar a gravidez
Para dar o primeiro passo e sem vencer a timidez

Para tocar as estrelas com os pés no chão
Para entocar as raposas sem urgir como leão
Para tacar fogo no mundo e pousar de bombeiro
Para jogar bombas na Casa Branca e casar com a filha do Bush

Tudo isso para provar para o mundo
Que no fundo de tudo há um cheque sem fundo
Há um furo, há um furto, há uma farsa
Desde o primeiro milésimo de segundo
Esse é o mundo

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O TRÊS LADOS DA MOEDA

Coragem para lutar
Matar um leão por dia
E matar muitos dias pro leão do imposto de renda
Para render para o patrão na mais-valia

Coração para bater
Sístole e diástole freneticamente
Máquina que produz músculo e esperma
Para viver experimentando o velho rotulado de novo

Corrupção para vencer
A próxima eleição e ainda enriquecer
Traçar os planos e oferecer
Pão e circo para manter o poder

São os três lados de uma mesma moeda
Ascensão, podridão e queda
E a tarja preta que não cura minha loucura
E a tarja preta que nada veda

sábado, 23 de março de 2013

POESIA: VIDA DE IMPROVISOS




Gêneros alimentícios
Genros alimentados
Geração de viciados
A vida em pedaços
Um pesadelo eterno
Do qual não me desfaço

A gente vive de improvisos
Ninguém avisa
Quando a bala em nossa direção
E abala
A opinião pública
Quando é publicado no jornal

A gêneses de tudo isso
Gênios de férias
Eu sei o quanto é sério
Ter certa vontade de lutar
Sem ter sequer luz
Sem ter sequer lucidez

Genes alienígenas
Gente subalimentadas
Geração de obesos
A vida em frangalhos
Nem um galho para se agarrar
Nem uma garra para predar

A gente vive de pretéritos imperfeitos
Ninguém sinaliza
Quando o sinal dos tempos soa o alarme
E arde
Feito fogo do inferno
Quando temos quase certeza
Que nosso futuro é incerto demais

A genitália de tudo isso
Genialidades jogadas no lixo
Eu sei o quanto é certo
Ter sempre vontade de levantar
E não ter sequer a cara lavada
E ter labutado e não ter nada

sexta-feira, 22 de março de 2013

POESIA: ENTRANHAS DA CIDADE


ENTRANHAS DA CIDADE
Corre-corre, come-come
Contos
E tem mortos na vala
E tem mortos no morro
E tem crônica policial
No jornal de amanhã

Tijolo a tijolo, tiro a tiro
Tiroteios
Você não veio
Você não vem mais
A paz é uma palavra estranha
Nas entranhas da cidade

Aperte os cintos, nunca se sente a vontade
Apressado, aperto o passo
A passagem secreta
A seita radical
Vamos todos ao cinema
Vamos todos ao Paradise

OLHAR QUE SILENCIA



Perca-se;
Salve-se;
Queixe-se;
Deixe-se;
Permita-se.

Possa se puder;
Queira se der;
Faça sempre o possível;
Desista de vez enquando;
E tente novamente.

Pare;
Olhe;
Escute;
Fale;
Sinta.

Sinta o paladar amargo das nuvens cinzas;
O doce azedo da vida só;
O agridoce das tardes vazias;
As noites frias nos dias de chuva;
As manhãs quentes dos compromissos adiados.

O futuro em conta gotas;
O presente sem passado;
Um momento único em uma história tola;
A vida toda em um segundo;
A iminência do imediato.

Olhe para si mesmo;
Veja o mundo que construiu;
As vidas que destruiu;
Os sujeitos que ajudou;
A ajuda que faltou.

Olhe para dentro de si mesmo;
Cale-se;
Critique-se;
Deixe-se;
Salve o silêncio surdo.

Permita a visão cega;
Visão que enxerga a alma pura;
Negue-se ao não pensar;
Pense em si mesmo ao negar-se;
Ouça o seu coração pulsar.

Hoje quis ver o mundo;
Enxergá-lo em um recibo um quatro quatro;
Em silêncio, só eu;
Quis escutar minha própria voz muda;
Quis auscultar a alma das pessoas.

Quis ver o brilho no olhar do algoz;
O açoite sem dó nem piedade;
A mordida feroz do cão faminto;
A riqueza de uns poucos;
A miséria de outros tantos.

Hoje quis ver a vida leve;
Ver a mãe feliz uma só vez;
A mesa farta;
O filho radiante;
Hoje quis ver o outro.

Hoje quis ouvir suas angústias;
Sentir as suas dores;
Ver os seus medos;
Pisar o seu chão;
Tocar o seu céu com minhas próprias mãos.

domingo, 10 de março de 2013

CULTURA ALÉM DOS ENLATADOS


Reproduzo esse post da Revista Ensaio Acadêmico de Fábio Vieira Ribeiro pois ele reproduz algo que eu gostaria de escrever sobre o cinema iraniano. Fugindo dos enlatados dos Estados Unidos. Por isso o nosso título "CULTURA ALÉM DOS ENLATADOS".
Não é incomum a ideia, mesmo (ou principalmente…) no meio acadêmico, de se tomar o cinema americano como sinônimo de cinema. Existem motivos para isso: num mundo cada vez mais visual, foi principalmente através do cinema que os americanos exportaram sua cultura para todo o resto do mundo. Mais que por meio da literatura e da música, para ficarmos com dois exemplos óbvios. Além das razões econômicas e políticas, que não precisariam ser aqui explicadas, é o caso de considerar que, além desses motivos, tal feito só foi obtido por conta do cinema americano possuir características que, legitimamente, permitiram-lhe alcançar essa condição. Nesse contexto, de quase onipresença da indústria cinematográfica americana, é espantoso que filmes como os produzidos no Irã cheguem a ser relativamente conhecidos em outros países e no Brasil. Não seria preciso qualquer pesquisa formal para constatar a existência de uma pequena lista de coisas desagradáveis, comumente associadas ao Irã: um governo teocrático, uma sociedade patriarcal, um povo oprimido por uma ditadura, obscurantismo, fanatismo, atraso, etc. Certa vez um colega observou espantado a um comentário meu sobre o cinema iraniano ser considerado por alguns críticos o melhor cinema do mundo: “Mas como? O que eles fazem além de ficarem falando bem do aiatolá?”.

A primeira certeza que nos surge quando assistimos a um filme iraniano é a de que não estamos assistindo a um filme americano. Ou a um filme feito em algum outro lugar do mundo que tenha no cinema americano sua grande inspiração. Tudo é muito diferente e perturbadoramente capaz de contradizer nossas certezas sobre o que vem a ser o Irã. Apenas por esse motivo, assistir a um filme iraniano é uma ótima oportunidade para pensarmos sobre coisas que antes ainda não havíamos pensado… Não seria igualmente necessário qualquer pesquisa para constatar que mesmo (ou, mais uma vez, principalmente) no meio acadêmico, apesar de toda a crítica existente à política “estadunidense”, são comuns os sonhos de lá vivermos, de um dia sermos como eles, de termos para nós um pouco daquilo que tanto condenamos. Tão frequente isso quanto raro encontrarmos alguém que sonhe conhecer lugares menos atraentes e menos assemelhados à cultura americana, que se disponha a passar alguns meses em Moçambique ou na Bolívia…

“M de mãe” não é dos filmes iranianos mais conhecidos; tanto quanto seu diretor, Rasoul Mollagholipour, falecido em 2007. Como de hábito, uma história simples, com pessoas simples, vivendo em um mundo de comovente e desesperada simplicidade. À véspera do nascimento de seu primeiro filho, um casal descobre que são altas as chances do mesmo nascer com graves problemas congênitos. O pai, incapaz de aceitar a situação, força sua esposa a abortar a criança. Mesmo horrorizada com o que vê nas clínicas que procuram, termina por se submeter à vontade do marido; e finalmente, falhando as tentativas, decide que terá o bebê. Encerra sua promissora carreira musical e é abandonada pelo pai de seu filho, que via sua carreira de diplomata comprometida pelo nascimento de uma criança com graves problemas de deficiência. As cenas iniciais são chocantes, sendo que todo o restante do filme se desenvolve em meio ao profundo desolamento daqueles que vivem no duro mundo da subsistência, que só raramente despertará nossa curiosidade ou compaixão por ser justamente isso, um mundo que parece existir apenas parcialmente…
O filme consegue, apesar de tudo, ser poético e belo como poucos. E ao mesmo tempo descrever, como raramente se vê, o sentimento que liga uma mãe ao seu filho. No início o pai tenta explicar à sua esposa o que lhe parecia ser um motivo para impedir o nascimento da criança: um ser que nunca conseguiria ser independente de seus pais; ao passo que sua esposa vai percebendo que, não fossem justamente eles, seus pais (e desde então, apenas ela), ninguém no mundo teria razão para cuidar de seu filho; que, portanto, teria ainda mais motivos e necessidade de amá-lo. Talvez o grande mérito de “M de mãe” seja o de conseguir dizer tanto sobre a natureza incondicional do amor, com elementos tão simples, com uma fórmula que só depois de terminado o filme percebemos ser talvez a única capaz de expressar tanto.

Em oposição a nossa visão caricatural do país, não são poucas as cenas que contrariam as certezas que adquirimos por meio das agências de notícias; como, por exemplo, a muito relativa condição subalterna das mulheres iranianas. Numa cena, uma amiga do casal esbofeteia o marido no meio da rua, ao perceber que ele havia decidido abandonar a esposa grávida. Mesmo as cenas do cotidiano, que do nosso ponto de vista seriam sempre marcadas pela opressão e pela “vontade dos aiatolás”, pouco se parecem com nossas fantasias a respeito de uma suposta e opressiva vida num país muçulmano. Visto por este ponto de vista, talvez surja uma dúvida óbvia a respeito de nossos próprios ideais de respeito às diferenças e amor à diversidade: quais seriam, efetivamente, nossos limites para aceitar aquilo que não pertence ao nosso mundo e ao conjunto de nossas convicções? Aparentemente, e a julgar pelo uso “politicamente correto” de nossos ideais de tolerância, tendemos muito mais a aceitar e lutar por ideias que, com grande frequência, são tão somente as ideias do grupo a que pertencemos ou, o que vem a ser o mesmo, que correspondam aos interesses dos grupos aos quais pertencemos. O preço a ser pago pela aceitação efetiva do “outro”, daquele que contraria nossos próprios interesses e convicções, é geralmente muito alto para ser espontaneamente pago. Como o próprio filme demonstra, tal desprendimento só faria sentido numa relação de incondicionalidade. Como frequentemente encontramos no amor entre mães e filhos.

Ficha Técnica
Título Original: Mim mesle madar
Gênero: Drama
Direção: Rasoul Mollagholipour
Duração: 110 minutos
Ano: 2006.
País de Origem: Irã

* FÁBIO VIANA RIBEIRO é professor adjunto da Universidade Estadual de Maringá (Departamento de Ciências Sociais) e Doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).


sábado, 2 de março de 2013

FALANDO DE FILME

Essa postagem é sobre um filme turco intitulado Issiz Adam, que teve um ensaio cinematográfico do professor Antonio Ozaí da Silva. Veja abaixo parte do artigo publicado na Revista Espaço Acadêmico:




Issiz Adam é um filme sobre ilhas humanas, indivíduos solitários incapazes de relacionamentos profundos; indivíduos isolados em si próprios, prisioneiros de relações superficiais e efêmeras, mas que necessitam desesperadamente de outros. Alper (Cemal Hunal) é o tipo ideal da solidão humana na sociedade moderna. Bem-sucedido, chef talentoso e proprietário do restaurante, Alper é um homem realizado, bem humorado, admirado e querido pelos que trabalham sob a sua liderança, Alper não aparenta ser um homem profundamente solitário.

Leia o texto completo em: ESPAÇO ACADEMICO

UM HUMOR SEM GRAÇA

Ao postar essa matéria jornalística, quero externar minha indignação com a questão do uso da Cultura para fins politiqueiros. Entendo que precisamos de uma política cultural como precisamos de política para tudo em nossa vida social. Mas a politicagem atrapalha e muito as questões culturais. Esse é um humor que não tem graça, só desgraça.
Em sentença da Justiça Federal do Paraná emitida na tarde nesta quarta (27), o cartunista Ziraldo foi condenado a dividir a devolução de R$ 290 mil usados na organização do 3º Festival Internacional de Humor Gráfico das Cataratas do Iguaçu, realizado em 2005, no Paraná. Considerado um caso de improbidade administrativa, também conhecido como desonestidade na administração, Ziraldo está proibido de assinar contrato ou receber benefícios do poder público por 5 anos.
Leia a matéria em:  O CASO DE FOZ DO IGUAÇU.

É NOITE

É noite...A cidade se prepara para um sono reparador. Hora de repousar, renovar forças, recuperar energias perdidas durante a lida diária. Isso para alguns...Outros vêem na noite,principalmente de final de semana, a oportunidade de passear, estravazar, festejar. E muitos desses se perdem,não voltam para casa;a violência os arrebata do convívio com os seus. 
A vida se faz de aventuras, de voos,muitas vezes para o infinito, sem volta. Não há certeza de nada. Apenas voos livres que podem se tornar armadilhas fatais. E nossos jovens se arriscam nas veredas do duvidoso mundo noturno. São aves ansiosas por conhecer novas rotas,novos desafios. E nessa inocência de se acharem imunes,invulneráveis, são ceifados no seu mais sublime direito:viver e ser felizes, livres. Há que se cuidar da vida de nossos queridos passarinhos... Há que se lutar para garantir a eles o direito à sua juventude,libertá-los das amarras dos vícios, da violência. Que Deus nos aponte o caminho, a solução para esses grandes desafios encontrados pelos nossos pequeninos. Que Deus abra o coração dos nossos políticos para que se preocupem mais com nossas realidades e resolvam "trabalhar"em favor do povo brasileiro.


Rute Pires

NOTA: São pequenos textos publicados no facebook.