terça-feira, 8 de dezembro de 2015

OBSCURO MERCADO EDITORIAL




NOTA DO BLOG: O nosso blog tem sido parceiro do sonho de muitos mutuenses que trazem consigo o sonho de publicar um livro. Assim como hoje o agricultor, além de plantar e colher, precisa saber comercializar, o escritor precisa saber e entender um pouco sobre o mercado cultural. 
Vamos compartilhar nessa postagem um texto da Revista Época e dois vídeos, um da HOMO LITERATUS, um site de literatura muito interessante e outro vídeo do canal de youtube LIVRADA!
Vale a pena você conferir:


Na última segunda-feira, 30 de novembro, todos os figurões do mercado editorial estavam reunidos na Biblioteca do Parque Villa-Lobos, na Zona Oeste de São Paulo. Aguardavam o anúncio dos vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura. Dos dez finalistas, três foram publicados pela Cosac NaifyTempo de espalhar pedras, de Estevão AzevedoO oitavo selo, de Heloisa Seixas e Caderno de um ausente, de João Anzanello Carrascoza. Tempo de espalhar pedras foi o grande vencedor da noite, eleito o livro do ano. Às 20h56, uma postagem no Facebook da editora comemorava: “Estamos cheios de orgulho, parabéns ao escritor!”. Minutos depois, às 21h16, o site do jornal O Estado de S.Paulo publicou uma entrevista exclusiva com o dono da Cosac Naify, Charles Cosac, que anunciava o fim da editora.
Cosac afirmou que o fim da editora não é resultado da crise econômica. “Não estou culpando ninguém, nem a Dilma, nem a alta do dólar”, disse. A decisão de colocar um ponto final na história da Cosac Naify se deu por acreditar que a editora estava cada vez mais distante de sua missão original e perdia sua identidade. “Ao meu ver, uma editora deve existir exclusivamente para alimentar um projeto cultural e quando eu senti o projeto Cosac Naify ameaçado, eu julguei que seria o momento correto para cessarmos nossas atividades”, escreveu em carta publicada no blog da editora, que confirmava que o encerramento das atividades ocorrerá até o fim de dezembro.

Sobre o fim da editora Cosac Naify
Vídeo com comentários de Vilto Reis, idealizador do site Homo Literatus.



Ep: #32: O fim da Cosac  Naify
O fim da Cosac Naify, uma das maiores e mais importantes editoras do Brasil, é também o fim de uma era. Nesse vídeo, analisamos um pouco o cenário e o que isso tudo representa. Ou é um vídeo em que eu falo um monte de besteira. Depende do ponto de vista.

Esperamos ter contribuído para, a partir do fechamento de uma editora, contribuir para entendermos um pouco mais do obscuro mercado editorial no Brasil.

PENTALOGIA POÉTICA : OLÍVIO DE SOUZA ARAÚJO (OLIVINHO)


CAPA DO LIVRO DÁDIVA
Conhecido entre nós como Olivinho, trazemos poemas do seu livro Dádiva para presentear nossos leitores da nossa Pentalogia Poética.
Depois de labutar na grande cidade, formado em Letras, apresentador de rádio de diversos programas, produtor cultural e diretor do Teatro Francisco Nunes, voltou para nossa querida terra, onde também deu sua contribuição à cultura mutuense.
Estimulou a Cultura Local e o debate das questões sociais na Rádio Cultura, contribuiu para vários eventos.
Entre os poemas que escolhemos para essa pentalogia, está a metalinguagem de alguns poemas do autor, em outros a questão existencial e por último postaremos um poema sobre esse câncer que nos corrompe que é o esquálido sistema político.
Em dia que a pauta dos jornais é a carta do vice-presidente Michel Temer à presidenta Dilma, encontramos uma reportagem de 2013 em que o jornal Folha de São Paulo publicou uma reportagem sobre a veia poética do vice presidente (MICHEL TEMER POETA) compartilhada por Goulart Gomes, criador do estilo POETRIX no facebook. Então veja o que diz Olivinho no primeiro dos poemas que postamos e a similaridade com um dos poemas mencionados na reportagem do Folha de São Paulo:
Olivinho:
“Leio-te assim meu poema
Sabendo que me expõe”

Michel Temer:
"Escrever é expor-se.
Revelar sua capacidade
ou incapacidade."

Será que Michel Temer leu o livro Dádiva do Olivinho?
Então delicie-se com cinco poemas de Olivinho, pois Dádiva, para nós mutuenses, é ter Olivinho como conterrâneo:




POEMA ESPELHO MEU

Leio-te meu poema
Como a mirar-me no espelho
Sou eu quem está ali
A mostrar alguém preso ao momento
De a outrem revelar inevitáveis reflexos
Do que o ego consegue segredar

Leio-te assim meu poema
Sabendo que me expõe
E vou descobrindo em seus versos
As marcas que a vida capta e recompões
Minha face ante o tempo em movimento



O QUE TE FEZ POESIA

O que te fez poesia tão querida?
O que te fez poesia
Foi a fome, frio e sede, foi a dor.
Foi achar-te, pão e água. Teu calor.
Foi o sopro, em meu corpo, do amor.
O que te fez poesia
Foi a vida.


UM GRITO, UAI!

Mais que arte
É um grito de amor
O perfume da flor vencendo o enfarte.

Mais que poesia
É um grito de alerta
Contra a porta aberta da hipocrisia.
Mais que canção
É um grito na noite
Denunciando o açoite da corrupção

Mas o grito que parte
Para se fazer ouvido
Só terá sentido pela força da arte



PONTO DE EQUILÍBRIO

Há quem afirme
Há quem confirme
Que com firme passo
Ultrapasso o espaço do quarto
Me aparto do prumo
E parto sem rumo doente sem cura
No escuro a procura do meu próprio fim.
A quem afirma eu digo que sim.


NÃO INOVA A POLÍTICA NOS GROTÕES

Lá vem ele de avião o matuto engambelar
Em ano de eleição pousa em qualquer chão de pasto
Promete tudo o que é gasto
Necessário para as obras do lugar

Chega ao grotão a pensar reeleição é mamata
O otário do eleitor vou enganar outra vez
E então vai escutar reeleger quem mentiu e não fez?

Não cultivou pra colher. Doutor, vá plantar batata!