CAPA DO LIVRO DÁDIVA |
Conhecido entre nós como Olivinho, trazemos poemas
do seu livro Dádiva para presentear nossos leitores da nossa Pentalogia Poética.
Depois de labutar na grande cidade, formado em
Letras, apresentador de rádio de diversos programas, produtor cultural e
diretor do Teatro Francisco Nunes, voltou para nossa querida terra, onde também
deu sua contribuição à cultura mutuense.
Estimulou a Cultura Local e o debate das questões
sociais na Rádio Cultura, contribuiu para vários eventos.
Entre os poemas que escolhemos para essa pentalogia,
está a metalinguagem de alguns poemas do autor, em outros a questão existencial
e por último postaremos um poema sobre esse câncer que nos corrompe que é o
esquálido sistema político.
Em dia que a pauta dos jornais é a carta do
vice-presidente Michel Temer à presidenta Dilma, encontramos uma reportagem de
2013 em que o jornal Folha de São Paulo publicou uma reportagem sobre a veia poética
do vice presidente (MICHEL TEMER POETA)
compartilhada por Goulart Gomes, criador do estilo POETRIX no facebook. Então
veja o que diz Olivinho no primeiro dos poemas que postamos e a similaridade
com um dos poemas mencionados na reportagem do Folha de São Paulo:
Olivinho:
“Leio-te assim meu poema
Sabendo que me expõe”
Michel
Temer:
"Escrever é expor-se.
Revelar sua capacidade
ou incapacidade."
"Escrever é expor-se.
Revelar sua capacidade
ou incapacidade."
Será que Michel Temer leu o livro Dádiva do
Olivinho?
Então delicie-se com cinco poemas de Olivinho, pois Dádiva, para nós mutuenses, é ter Olivinho como conterrâneo:
POEMA ESPELHO MEU
Leio-te
meu poema
Como
a mirar-me no espelho
Sou
eu quem está ali
A
mostrar alguém preso ao momento
De
a outrem revelar inevitáveis reflexos
Do
que o ego consegue segredar
Leio-te
assim meu poema
Sabendo
que me expõe
E
vou descobrindo em seus versos
As
marcas que a vida capta e recompões
Minha
face ante o tempo em movimento
O
QUE TE FEZ POESIA
O
que te fez poesia tão querida?
O
que te fez poesia
Foi
a fome, frio e sede, foi a dor.
Foi
achar-te, pão e água. Teu calor.
Foi
o sopro, em meu corpo, do amor.
O
que te fez poesia
Foi
a vida.
UM
GRITO, UAI!
Mais
que arte
É
um grito de amor
O
perfume da flor vencendo o enfarte.
Mais
que poesia
É
um grito de alerta
Contra
a porta aberta da hipocrisia.
Mais
que canção
É
um grito na noite
Denunciando
o açoite da corrupção
Mas
o grito que parte
Para
se fazer ouvido
Só
terá sentido pela força da arte
PONTO
DE EQUILÍBRIO
Há
quem afirme
Há
quem confirme
Que
com firme passo
Ultrapasso
o espaço do quarto
Me
aparto do prumo
E
parto sem rumo doente sem cura
No
escuro a procura do meu próprio fim.
A
quem afirma eu digo que sim.
NÃO
INOVA A POLÍTICA NOS GROTÕES
Lá
vem ele de avião o matuto engambelar
Em
ano de eleição pousa em qualquer chão de pasto
Promete
tudo o que é gasto
Necessário
para as obras do lugar
Chega
ao grotão a pensar reeleição é mamata
O
otário do eleitor vou enganar outra vez
E
então vai escutar reeleger quem mentiu e não fez?
Não
cultivou pra colher. Doutor, vá plantar batata!
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