sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

GARIMPAÇÃO DE PRINCIPIANTE

SÉRIE: HEPTALOGIA GRITOS VERTICAIS

Lanço meu olhar, minha bateia, sobre o córrego do grupo de poesias do facebook GRITOS VERTICAIS e garimpo algumas jóias deixadas ali por pessoa que gostam de se expressar com arte, expressar poéticamente. Usando meu singelo blog, atrevo a transcrever versos que tecem poemas e me chamam atenção. Assim está lançada mais uma das minhas transgressões culturais, uma coluna, pretendo que seja semanal, denominada HEPTOLOGIA GRITOS VERTICAIS.
Espero compreensão dos administradores do grupo, bem como daqueles que tiverem seus poemas aqui reproduzidos (selecionados, copiados e colados), e dos leitores do meu blog.

POEMAS GARIMPADOS DA PÁGINA DO FACEBOOK: GRITOS VERTICAIS



Tempos

O tempo da minha saudade
É o tempo mais curto.
O minuto à espera do amor.

O tempo do meu amor
É o espaço mais inusitado.
Momentos de gestos bruscos e suaves.

O tempo da minha angústia
É de todos o mais desesperado.

E no momento dos abraços,
Tem ainda o tempo espreitando
O próprio tempo que,
Sacana, teima em passar.

(Carolina Souza)


SEM RANCOR !

Não faço versos para fariseus
A minha poesia é sincera
E não pretendo mudar de opinião
No que penso, que digo e que faço

Só merece respeito quem respeita
Eu não aceito ser discriminado
Quem tem seus preconceitos que os guardem
Que os levem para o inferno ou para o céu
Seja lá o destino que escolheu

Quem gosta de censura é a ditadura
Meus versos nascem livres como eu
E viajam pelo céu da minha alma
Puros feito os anjos do pecado
Pecadores, qual os guardiões de deus
Comparo-os à Puta Madalena
Que fascinou a pureza de um judeu

Quem quiser me aceitar...é tudo ou nada...
Eu sou inteiro, não vivo em pedaços
Meus textos são meu corpo e minha alma
Quem gosta deles, me aceita assim...
Para que não viva a sofismar de mim.
---------Geraldo Aguiar




S.O.S

Agarro o dia pelos cabelos.
Lembro-me que não tenho outro lugar.
Que outro lugar? Que outro...?
Talvez um deserto ou naufrágio,
Onde não há quem receba minha voz.
O silêncio trabalha minha pele.
O mundo vira o outro lado do mundo.
Quem sabe que cheguei?
Barulhos alucinantes
Em luzes de telas vazias?
Pessoas que não me olham
Os olhos fundos, as lágrimas frias?
Sou deste mundo, sou este mundo!
Estou neste mundo, pertenço
A este mundo, mas não cedo,
Venço a solidão...mais um copo
De Whisky, perdão?
Sim, a situação!
Não me perco, ou tento, não me deixo
Ao relento, ao acaso de algo como não meu.
Posso estar enganada, mas já pago um puta
Preço por não me adequar a nada.
Não é novidade, mais um trago, por favor?
Nada novo se eu me pergunto...
Quem conheceu os meus segredos,
Soube dos enganos e dos erros no enredo?
Eu nunca me senti daqui, dali, dacolá.
A verdade é que eu sempre fui tão só
Que moraria tranquilamente na Lua.

(Carolina Souza)

SONETO DA DESPEDIDA


Não fale em despedida não diga nada
Deixe o silencio falar por nos dois
Posto que sem limite minha alma embriagada
Vive o brilho do momento indiferente ao depois

Não podemos permitir que neste instante
O acido cortante prenuncio de partida
Ultrapassando dos sonhos o limite constante
Resuma nossa historia numa simples despedida

Se o amor é eterno podemos nesta noite
Misturar nossa alma em um só coração
E nos entregar cegamente a esta paixão

E amanhã quando deste sonho despertar
Ao tocar na terra lágrimas sentidas vão se transformar
Em sementes de amor para noutros corações brotar.

Joana Mata



AMOR OLHE PARA O SEU CORAÇÃO

Nunca diga que não vale
A pena tentar pois eu não
Conseguiria ficar sem
Lutar pelo teu amor
Que vai fazendo com que
A cada dia uma nova esperança
Nasça dentro de meu coração.
Você sabe que é verdade
É grande o amor que
Eu realmente sinto por você,
E tudo que faço eu
Apenas faço pensando
Em você minha amada.
Fico aqui a imaginar no
Nosso tempo de juventude
Quando éramos jovens,
Livres com um só pensamento
Em um dia poder amar
E ser amado de verdade.
Amor você é tudo que
Eu mais quero nesta minha vida,
Pois quando estou deitado
Nos teus braços eu não
Consigo acreditar que nos
Dois estamos vivendo um
Lindo romance e que estamos
Juntos no paraíso.
Amor olhe para o seu coração,
E apenas perceba que o amor
É tudo que nos dois
Precisamos para viver
Amar e ser amado.

Comendador Marcus Rios
Poeta Iunense – Acadêmico –
Membro Efetivo da Academia Iunense de Letras (AIL)

Publicado no Recanto das Letras
Código do texto: T 4698786

AMOR FANTASMA

Eu não sei quem és.
Mas gosto muito de ti.

Gosto de te sentir quando me afagas os cabelos.
Gosto do teu leve toque, tão sublime, no meu rosto.
Gosto dos segredos que me contas aos ouvidos.
De todo o esplendor que geras,
quando os teus braços se erguem no horizonte.

Eu gosto muito de ti, meu amor fantasma.
Porque sabes voar no meu infinito azul.

Eu não sei quem és, nem de onde vens.
Mas gosto de fechar os olhos e sentir-te
quando te enleias no meu corpo e rodopias.

Oh que abraço tão completo o teu.
Dás-me beijos tão carinhosos, tão perfeitos.

E eu não sei quem és
que te não vejo.

És um mistério, uma força, uma tormenta.
Desejo-te tantas vezes no meu corpo.
E eu tão firme, vacilo se te apresentas.

Só tu consegues revoltar o meu mar sereno e lindo.
Fazê-lo rugir de feroz ciúme.
Mas eu não te levo a mal
de provocares uma tal zanga,
porque gosto mesmo muito de ti.
E quando o mar veste as roupas de zangado,
nova beleza lhe surge na postura.
A sua ira é o seu ciúme,
porque me visitas e afagas o meu rosto.

Eu não sei quem és
e gosto tanto de ti.

Sei que moras longe e voas alto
e os meus olhos sorriem quando chegas
dos infinitos céus e de além-mar.
Se viajas, fico triste e não te sinto.

Um dia quando voltares dessas viagens,
vais dizer-me porque te chamam vento.

Raúl Ferrão
In: “ UMA FLOR NUM CAMPO DE GENTE “ . Edição de autor - 2013

HÓSPEDE METAFÓRICO
(Gau)

Cadê a passagem da tua viagem?
Pensamentos, imagens e representações,
Foi o único e grandioso retorno que sobrou...?
Das coisas que abraçamos,
Façanhas que aprontamos,
Dos sonhos que desejamos,
Naqueles ares donde a vida te levou...?
Transição da efemeridade,
Querer a maturidade e a eternidade,
Saudades da mocidade,
No túnel do tempo que marcou...?
Imanência das pulsões,
Inocência de criança,
Fantasia e esperança,
Cadê aquele espírito que dança,
Na lembrança que ficou...?
Ao som rítmico dos melhores momentos,
Abraços passados, cicatrizes no presente,
Registros de memória, deixando a tua existência ainda mais notória,
Nas travessias emotivas do teu coração,
Do inesquecível sentimento que recordou... E, nesta hora, chorou...?
Num jogo de dadinhos nas mãos,
Nas correntezas de todos os (a) mares,
Na cama, mesa e bares,
Sempre desvendando novos altares!
Num piscar de olhos, dormiu e acordou...?
Num atropelamento do instante,
Encontro farsante, fascinante,
Êxtase do desejo, audácia estonteante,
Nos dizeres prazerosos do amante,
Naqueles jardins, copo de leite e mel que aflorou...?
Herança da experiência, na trama do teu drama existencial,
No palco consciente das tuas ilusões,
Nos cenários da linguagem neste mundo metafórico,
Eufemismos, hipérboles e ironias, Inebriadamente eufórico,
O esplendor do teu sorriso que a mente sempre guardou...?
Percepções chocando-se mutuamente no universo real,
Intensidade de verdades e mentiras na figura ideal
Nos discursivos subterrâneos dos edifícios das palavras,
(re) vivendo nos céus das representações, as tuas fortes emoções,
Do interminável texto poético que te conquistou...?
Bem como àqueles monumentos sem fim,
Intermináveis pontos de partida,
Até o final da minha e da tua viagem,
Pincelando quadros metafóricos, os retratos da nossa vida!


Carlos Gau

Nenhum comentário:

Postar um comentário