Nossa série de entrevista de volta.
DIÁLOGOS DE BASE entrevista EVALDO CÂNDIDO VIANA, ator, produtor e autor de peças teatrais e séries, além de uma incursão no mundo do stand up.
Quem é Evaldo Cândido Viana?
Bem, eu sou um mutuense de raiz nascido em 27 de janeiro de 1990, vivi minha infância no campo. Até aos 10 anos, no pé da serra de Santa Luzia, a 12 km de Mutum. Dos 10 aos 12 anos, vivi em outra fazenda, no córrego Taquara, distrito de ocidente. Daí até aos 18, vivi no patrimônio de Ocidente. Estudei o ensino fundamental e parte do ensino médio nas escolas do município de Mutum.
Apesar das raízes
camponesas, desde bem pequeno sempre fui amante das artes de interpretação. Sempre
vivi dividido entre a fantasia e a realidade.
O que te
levou deixar Mutum e ir para Belo Horizonte?
O sonho da ficção, o
desejo de realizar, de contribuir com a cultura e o entretenimento, o amor pelo
teatro. Quando recebi da minha irmã, que
já residia em Belo Horizonte, a proposta de estudar na capital, não tive dúvidas
em abandonar tudo e me jogar na fantasia de sonhar. Eu já sonhava com os palcos
e câmeras e com esta proposta senti que o sonho poderia ficar mais possível.
Como foi seu
encontro com as artes cênicas?
Desde que cheguei a
Belo Horizonte, comecei a busca pela arte. Assim que terminei o ensino médio em
2009, comecei a sondar escolas de teatro. Uma propaganda de TV me fez querer
conhecer a escola NET (Núcleo de Estudos Teatrais). Fiz minha matrícula e em
fevereiro de 2010 tive meu primeiro contato com a arte. Na primeira aula já
descobri que não viveria mais sem o teatro, estudava de manhã e passava a tarde
aprofundando por conta própria. Em julho de 2010 veio minha primeira apresentação
no palco. Bem, esta experiência foi muito marcante. Pois a primeira vez que
entrei no teatro foi para atuar e não para assistir. Até então, nunca havia
pisado em tal estabelecimento.
Quais as dificuldades que você encontra nessa caminhada pelo mundo da arte?
Não existe facilidade
neste ramo para os profissionais que assim como eu tentam a sorte na arte sem
ter padrinhos ou equipes de produção. Como sou um ator funcional, não tenho
perfis variados. Tenho um nicho limitado de possíveis personagens, ou seja, se
quero atuar preciso criar e produzir. Além do mais não me dou bem em testes. Eu
me saio melhor na hora do vamos ver, mas além destas barreiras existem as barreiras
de produção. Se você não tem fama, não consegue apoio facilmente. Além de tudo
existe o preconceito, muitos acham que teatro não é trabalho, que atores são
preguiçosos que querem moleza. Mas meu amigo, ensaiar durante um ano, criar
cenário, trilha sonora, figurino, produção executiva de um espetáculo e
totalmente o contrário de moleza.
Fale sobre
sua produtora FAROLETES FILMES?
A Faroletes Filmes
surgiu em 2011 como ``Faroletes Comedies´´ num dos encontros, após a aula de
teatro, com intuito de criar vídeos de comédia, ela amadureceu em 2012 quando
conheci o ator e contrarregra Gustavo(Apolo Berson) onde gravamos uma série
chamada D.N.I, O JOGO DA MORTE, onde conheci também a atriz Diana Lopes, hoje
grande companheira em tudo que produzo, grande atriz e muito disposta à
produção. Sem ela, nada do que já fiz no teatro e em vídeo teria sido possível.
D.N.I só teve o episódio piloto lançado, apesar de ter sido gravada em 60% de
todo o roteiro. A saída do ator principal inviabilizou a conclusão. Depois
vieram os curtas cômicos: ``Família Broxólio Pinto e Meu Filho Vai Casar´´ que
também se encontram na internet. Em 2014 começamos a regravar a série D.N.I. Apesar de 99% gravado, a insatisfação com a
qualidade e as brigas que ocorreram, devido ao grande elenco de 24 atores, fez
com que o projeto fosse arquivado em 2015 e decretou o fim da produtora que foi
dada como encerrada no mesmo ano. Agora em 2016, com toda experiência adquirida
na Faroletes, eu e a atriz Diana Lopes a reabrimos com o nome de LDVE FILMES e
estamos produzindo o primeiro trabalho que se chama CRÔNICAS DE TAYTOS.
Elenque suas
realizações no mundo do teatro: E no mundo
do áudio-visual?
No teatro estreei como
profissional em 2015 com a peça de minha autoria e produção, chamada ´´2 É
Pouco, 3 É Bom, 4 É... Animal!!!`` que retornaria este ano, mas devido a nosso
ator Morais Martins ter abandonado o
grupo a uma semana da estreia tivemos de cancelar 6 apresentações já marcadas
para julho e agosto.
No áudio visual escrevi,
atuei e dirigi DNI, Família Broxólio
Pinto,
Atuei e fui câmera em MEU
FILHO VAI CASAR, atuei em vídeos de comédia que pode ser encontrado nos canais
humorísticos HUMOR BADERNA e FURDUNÇO dos quais fiz parte respectivamente em
2015 e 2016.
Comente sobre
a série que você tem no youtube:
D.N.I. (Departamento
Nacional de Investigação) narra a historia de um programador de jogos que faz
um pacto com uma entidade maligna antiga, e a partir do contrato que existe no
jogo de computador que ele criou, esta entidade ganha o poder de entrar na casa
do jogador e matar usando a possessão. Um grupo de policiais de uma divisão
especial esta investigando, acreditando se tratar de um caso de uma nova droga
no mercado. A série mistura ação, drama
e terror, numa trama gostosa de assistir, é difícil assistir o episódio piloto
sem querer descobrir o resto da história.
Como foi
formado, como está, e quais perspectivas do grupo IN-CENA?
Fui formado na escola
de teatro NET, que como as critica já indicam, é uma escola com conteúdo
didático bem limitado, mas que me serviu bem ao indicar-me o caminho a seguir.
Após formar, continuei sempre a estudar, pois a arte imita a vida e a vida está
em constante mudança. Hoje estou mais maduro com relação ao meu sonho. Sei que
e possível, mas que não é fácil. Minha companhia de teatro agora está a procura
de ator para suprir o que saiu, para poder voltar no próximo ano firme e forte.
Não só em Belo Horizonte, mas com apresentações pelos interiores do estado,
também planejamos uma nova peça para 2017.
Qual seu
atual projeto? Pretende alguma coisa em
relação a Mutum?
Meu projeto atual é
colocar novamente minha peça nos palcos, e concretizar a rodagem da primeira
série da L.D.V.E. Desde 2014 venho tentando relações culturais com Mutum, mas
bem de início as autoridades competentes não demostraram muito interesse. Em
junho deste ano tive uma resposta positiva, Mas devido ao fato de não podermos
marcar uma reunião presencial, a conversa não teve mais desenvolvimento. Mas,
sim, planejo levar meu espetáculo para mutum em 2017. Para isto preciso de um produtor que esteja
residindo na cidade. Também planejo rodar uma série na cidade. Estou a tentar
contatos para apoio, pois para realizar esta série precisamos de uma pequena
verba, e também de suporte local para estadia e transporte. Acredito que em breve
poderei estar mostrando meu trabalho em minha terra natal. Gostaria de adiantar
que caso algum leitor tenha o interesse em ajudar na realização de um destes
eventos, entre em contato que estarei a disposição.
Qual recado
você deixa para quem quer se aventurar pelo mundo das artes cênicas e/ou pelo
mundo do áudio-visual?
Bem, tenha certeza de
que você esta fazendo isto por amor. Só os que realmente amam e não vivem sem a
arte, conseguem manter-se nela. É um caminho árduo, mas também muito prazeroso.
Se tivesse que fazer tudo de novo, mesmo com os perrengues e as portas que
foram batidas na minha cara, eu faria exatamente igual.
Lucinha, personagem de Evaldo Cândido Viana |
O que mais
gostaria de expressar?
Bem, gostaria de deixar
aqui que, apesar de amar o teatro de coração, eu também me aventurei pelo
humor. Fui mestre de cerimônias com um personagem feminino nos grupos de
comédia stand up HUMOR BADERNA e FURDUNÇO.
No stand up, eu consegui bem mais retorno que no teatro. Eu me apresentei
ao lado dos melhores de Belo horizonte, como Rafael Mazzi, Nayla Brizzard,
Kaquinho Big Dog, Marcos Vinille, e também com um dos maiores humoristas do
Brasil o grande senhor casseta Marcelo Madureira.
Apesar de ser tentado a
investir na carreira de humorista, abandonei para voltar ao teatro. Eu estava
começando a ser rotulado como humorista até na mídia local. Então, antes que
fosse tarde, eu dei uma pausa na carreira do stand up para focar na minha
carreira de ator.
OBS: Sobre Evaldo Cândido Viana no Mutum Cultural:
http://mutumcultural.blogspot.com.br/search/label/TEATRO.%20EVALDO%20VIANA
Propaganda do trabalho de Evaldo Cândido Viana |
OBS: Sobre Evaldo Cândido Viana no Mutum Cultural:
http://mutumcultural.blogspot.com.br/search/label/TEATRO.%20EVALDO%20VIANA
Nenhum comentário:
Postar um comentário