sábado, 30 de julho de 2016

EVALDO: UM MUTUENSE EM (ATU)AÇÃO


Nossa série de entrevista de volta.
DIÁLOGOS DE BASE entrevista EVALDO CÂNDIDO VIANA, ator, produtor e autor de peças teatrais e séries, além de uma incursão no mundo do stand up.

Quem é Evaldo Cândido Viana?
Bem, eu sou um mutuense de raiz nascido em 27 de janeiro de 1990, vivi minha infância no campo. Até aos 10 anos, no pé da serra de Santa Luzia, a 12 km de Mutum. Dos 10 aos 12 anos, vivi em outra fazenda, no córrego Taquara, distrito de ocidente. Daí até aos 18, vivi no patrimônio de Ocidente. Estudei o ensino fundamental e parte do ensino médio nas escolas do município de Mutum.

Apesar das raízes camponesas, desde bem pequeno sempre fui amante das artes de interpretação. Sempre vivi dividido entre a fantasia e a realidade. 



O que te levou deixar Mutum e ir para Belo Horizonte?
O sonho da ficção, o desejo de realizar, de contribuir com a cultura e o entretenimento, o amor pelo teatro.  Quando recebi da minha irmã, que já residia em Belo Horizonte, a proposta de estudar na capital, não tive dúvidas em abandonar tudo e me jogar na fantasia de sonhar. Eu já sonhava com os palcos e câmeras e com esta proposta senti que o sonho poderia ficar mais possível.

Como foi seu encontro com as artes cênicas?
Desde que cheguei a Belo Horizonte, comecei a busca pela arte. Assim que terminei o ensino médio em 2009, comecei a sondar escolas de teatro. Uma propaganda de TV me fez querer conhecer a escola NET (Núcleo de Estudos Teatrais). Fiz minha matrícula e em fevereiro de 2010 tive meu primeiro contato com a arte. Na primeira aula já descobri que não viveria mais sem o teatro, estudava de manhã e passava a tarde aprofundando por conta própria. Em julho de 2010 veio minha primeira apresentação no palco. Bem, esta experiência foi muito marcante. Pois a primeira vez que entrei no teatro foi para atuar e não para assistir. Até então, nunca havia pisado em tal estabelecimento.

Quais as dificuldades que você encontra nessa caminhada pelo mundo da arte?
Não existe facilidade neste ramo para os profissionais que assim como eu tentam a sorte na arte sem ter padrinhos ou equipes de produção. Como sou um ator funcional, não tenho perfis variados. Tenho um nicho limitado de possíveis personagens, ou seja, se quero atuar preciso criar e produzir. Além do mais não me dou bem em testes. Eu me saio melhor na hora do vamos ver, mas além destas barreiras existem as barreiras de produção. Se você não tem fama, não consegue apoio facilmente. Além de tudo existe o preconceito, muitos acham que teatro não é trabalho, que atores são preguiçosos que querem moleza. Mas meu amigo, ensaiar durante um ano, criar cenário, trilha sonora, figurino, produção executiva de um espetáculo e totalmente o contrário de moleza.

Fale sobre sua produtora FAROLETES FILMES?
A Faroletes Filmes surgiu em 2011 como ``Faroletes Comedies´´ num dos encontros, após a aula de teatro, com intuito de criar vídeos de comédia, ela amadureceu em 2012 quando conheci o ator e contrarregra Gustavo(Apolo Berson) onde gravamos uma série chamada D.N.I, O JOGO DA MORTE, onde conheci também a atriz Diana Lopes, hoje grande companheira em tudo que produzo, grande atriz e muito disposta à produção. Sem ela, nada do que já fiz no teatro e em vídeo teria sido possível. D.N.I só teve o episódio piloto lançado, apesar de ter sido gravada em 60% de todo o roteiro. A saída do ator principal inviabilizou a conclusão. Depois vieram os curtas cômicos: ``Família Broxólio Pinto e Meu Filho Vai Casar´´ que também se encontram na internet. Em 2014 começamos a regravar a série D.N.I.  Apesar de 99% gravado, a insatisfação com a qualidade e as brigas que ocorreram, devido ao grande elenco de 24 atores, fez com que o projeto fosse arquivado em 2015 e decretou o fim da produtora que foi dada como encerrada no mesmo ano. Agora em 2016, com toda experiência adquirida na Faroletes, eu e a atriz Diana Lopes a reabrimos com o nome de LDVE FILMES e estamos produzindo o primeiro trabalho que se chama CRÔNICAS DE TAYTOS.



Elenque suas realizações no mundo do teatro:  E no mundo do áudio-visual?
No teatro estreei como profissional em 2015 com a peça de minha autoria e produção, chamada ´´2 É Pouco, 3 É Bom, 4 É... Animal!!!`` que retornaria este ano, mas devido a nosso ator Morais Martins  ter abandonado o grupo a uma semana da estreia tivemos de cancelar 6 apresentações já marcadas para julho e agosto.
No áudio visual escrevi, atuei e dirigi DNI,  Família Broxólio Pinto,
Atuei e fui câmera em MEU FILHO VAI CASAR, atuei em vídeos de comédia que pode ser encontrado nos canais humorísticos HUMOR BADERNA e FURDUNÇO dos quais fiz parte respectivamente em 2015 e 2016.

Comente sobre a série que você tem no youtube:
D.N.I. (Departamento Nacional de Investigação) narra a historia de um programador de jogos que faz um pacto com uma entidade maligna antiga, e a partir do contrato que existe no jogo de computador que ele criou, esta entidade ganha o poder de entrar na casa do jogador e matar usando a possessão. Um grupo de policiais de uma divisão especial esta investigando, acreditando se tratar de um caso de uma nova droga no mercado.  A série mistura ação, drama e terror, numa trama gostosa de assistir, é difícil assistir o episódio piloto sem querer descobrir o resto da história.

Como foi formado, como está, e quais perspectivas do grupo IN-CENA?
Fui formado na escola de teatro NET, que como as critica já indicam, é uma escola com conteúdo didático bem limitado, mas que me serviu bem ao indicar-me o caminho a seguir. Após formar, continuei sempre a estudar, pois a arte imita a vida e a vida está em constante mudança. Hoje estou mais maduro com relação ao meu sonho. Sei que e possível, mas que não é fácil. Minha companhia de teatro agora está a procura de ator para suprir o que saiu, para poder voltar no próximo ano firme e forte. Não só em Belo Horizonte, mas com apresentações pelos interiores do estado, também planejamos uma nova peça para 2017.

Qual seu atual projeto?  Pretende alguma coisa em relação a Mutum?
Meu projeto atual é colocar novamente minha peça nos palcos, e concretizar a rodagem da primeira série da L.D.V.E. Desde 2014 venho tentando relações culturais com Mutum, mas bem de início as autoridades competentes não demostraram muito interesse. Em junho deste ano tive uma resposta positiva, Mas devido ao fato de não podermos marcar uma reunião presencial, a conversa não teve mais desenvolvimento. Mas, sim, planejo levar meu espetáculo para mutum em 2017.  Para isto preciso de um produtor que esteja residindo na cidade. Também planejo rodar uma série na cidade. Estou a tentar contatos para apoio, pois para realizar esta série precisamos de uma pequena verba, e também de suporte local para estadia e transporte. Acredito que em breve poderei estar mostrando meu trabalho em minha terra natal. Gostaria de adiantar que caso algum leitor tenha o interesse em ajudar na realização de um destes eventos, entre em contato que estarei a disposição.

Qual recado você deixa para quem quer se aventurar pelo mundo das artes cênicas e/ou pelo mundo do áudio-visual?
Bem, tenha certeza de que você esta fazendo isto por amor. Só os que realmente amam e não vivem sem a arte, conseguem manter-se nela. É um caminho árduo, mas também muito prazeroso. Se tivesse que fazer tudo de novo, mesmo com os perrengues e as portas que foram batidas na minha cara, eu faria exatamente igual.


Lucinha, personagem de Evaldo Cândido Viana

O que mais gostaria de expressar?
Bem, gostaria de deixar aqui que, apesar de amar o teatro de coração, eu também me aventurei pelo humor. Fui mestre de cerimônias com um personagem feminino nos grupos de comédia stand up HUMOR BADERNA e FURDUNÇO.  No stand up, eu consegui bem mais retorno que no teatro. Eu me apresentei ao lado dos melhores de Belo horizonte, como Rafael Mazzi, Nayla Brizzard, Kaquinho Big Dog, Marcos Vinille, e também com um dos maiores humoristas do Brasil o grande senhor casseta Marcelo Madureira.

Apesar de ser tentado a investir na carreira de humorista, abandonei para voltar ao teatro. Eu estava começando a ser rotulado como humorista até na mídia local. Então, antes que fosse tarde, eu dei uma pausa na carreira do stand up para focar na minha carreira de ator.


Propaganda do trabalho de Evaldo Cândido Viana


OBS: Sobre Evaldo Cândido Viana no Mutum Cultural:
http://mutumcultural.blogspot.com.br/search/label/TEATRO.%20EVALDO%20VIANA

Nenhum comentário:

Postar um comentário