No Pentalogia Poética de hoje estamos compartilhando
poemas de um livro, quem ainda não esteja publicado fisicamente, está nos site
de auto publicação. Hora é divulgado, ora é retirado.
Trata-se de UNI VERSO, de autoria de Cláudio Antonio
Mendes, que em alguns momentos, apresenta-se com o pseudônimo KLAUS MENDES.
CAPA NO SITE CLUBE DE AUTORES |
Segue cinco de seus poemas:
EMERGÊNCIA
corro
ao teu encontro
como ambulância
pro pronto socorro
estou enfermo
sem amor
sem termo
e temo a solidão eterna
dê-me
um balão de oxigênio
um beijo oxidante
quero prazer até enferrujar
EMERGÊNCIA!
o nosso amor não pode ficar
comprimido
em cumprimentos
corro
ao teu encontro
como ambulância
pro pronto socorro
estou enfermo
sem amor
sem termo
e temo a solidão eterna
dê-me
um balão de oxigênio
um beijo oxidante
quero prazer até enferrujar
EMERGÊNCIA!
o nosso amor não pode ficar
comprimido
em cumprimentos
***
BEIJOS
o xerife beijou o chifre do juiz
e fez o pacto
o juiz beijou o nariz do xerife
e se fez pacato
enquanto eu beijava teus lábios
e te amava de fato
***
ESPELHO MEU
perguntei ao espelho meu
se existe algum outro poeta
que escreve uma poesia
nem clássica, nem concreta
ele me disse que não
somente eu mesmo
em dias quente de verão
anda a esmo
no meio da multidão
tendo como companhia
a ironia e a solidão
e a barriga vazia
que reclama pelo pão
nosso de cada dia
nesse dia de cão
perguntei ao espelho meu
se existe algum outro poeta
que escreve uma poesia
nem clássica, nem concreta
ele me disse que não
somente eu mesmo
em dias quente de verão
anda a esmo
no meio da multidão
tendo como companhia
a ironia e a solidão
e a barriga vazia
que reclama pelo pão
nosso de cada dia
nesse dia de cão
***
NOTA
DE ABURGUESAMENTO
sempre me uniformizaram
de capacete e macacão
só agora me vestiram
um terno (de madeira)
sempre fui um inquilino
andando de cortiço em cortiço
conheço todos da cidade
todos tem o mesmo cheiro
e o mesmo
apetite sexual
agora jogarão na minha cara
um pouco de terra
mas ali não terei ameaças
de ser despedido
de ser despejado
sempre me empurraram
lotação adentro, lotação afora
agora me levam carregando
estão chorando
e eu sorrindo
sempre fui um inútil
para todos, menos para mim
e para a minha nega
nas noites de cio
e agora andam dizendo
que farei falta
e o padre que sequer sabia
que eu era fiel
rezará por mim no sétimo dia
agora que como
tuberosas pelas raízes antes da colheita
é que se lembra de acrescentar
uma cruz ao meu nome
agora não me pesam mais
agora não me medem mais
e nem me pedem exame de fezes
agora o que é perda
aos olhos dos que ficaram
é o que me enriquece
a morte é emancipatória!
***
PÂNTANOS & PONTES
Uni versos meus
e preconcebi um poema
que anda, e canta, e ama, e
manda
que vai a feira
que vai a festa
que vai a merda
que vai a fundo
num pulo de paraquedas
entre parabólicas e
paranoicos
para dizer que um pingo
para o poeta
pode ser um pântano
pode ser uma ponte
tudo é uma questão
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