Esta postagem tem o objetivo de parabenizar todos os
escritores de Mutum, em Mutum e sobre Mutum.
CAPAS DE LIVROS DE ESCRITORES MUTUENSES OU SOBRE MUTUM |
Escrever é difícil, publicar é outro tanto. Quando se
escreve um poema simples, por exemplo, o escritor precisar lapidar as palavras.
O Nosso blog MUTUM CULTURAL sempre busca incentivar a escrita postando
entrevistas e sobretudo a série PENTALOGIA POÉTICA.
No dia do escritor, queremos saudar a todos os escritores, e
dizer que estamos abertos a falar sobre o ofício de escrever. Para lapidar
nossas escritas, ouçamos alguns dos mestre:
Segue uma entrevista com um dos grandes escritores do
Brasil, Luís Fernando Veríssimo compartilhado do site Saraiva Contéudo.
O senhor senta e escreve. Como é um processo criativo assim?
LFV. Acho que escrever é um oficio como qualquer outro,
o que não significa banalizá-lo. É claro que a gente não senta e
escreve como alguém que senta e conserta um relógio, mas também não se deve
mitificar demais o ato de escrever. O tempo que levou a feitura deste e dos
outros livros de crônica foi só o tempo de compilar as crônicas, que já estavam
escritas.
O que mais gosta de escrever?
LFV. O que é mais fácil, geralmente crônicas sobre
coisas mais leves, ou que sejam pura invenção.
Já foi difícil para o senhor escrever?
LFV. Fica cada vez mais difícil. Porque a gente vai
ficando cada vez mais exigente.
Quem escreve muito, fala muito?
LFV. No meu caso, é o contrário.
Qual é sua crônica preferida em Em Algum Lugar do Paraíso? O
senhor tem apego ao que escreve?
LFV. Não costumo reler as coisas que escrevo, para não
ser mal influenciado. Mas todo escritor tem coisas de que gosta mais, e que
raramente coincidem com a preferência dos leitores. Mas no caso deste livro não
tenho nenhuma crônica preferida, pelo menos que me ocorra agora.
Qual foi o primeiro livro de verdade da sua vida? E quem deu
esse livro?
LFV. O primeiro livro de gente grande que eu li foi Caminhos
Cruzados, do meu pai. Li escondido, porque não era para crianças.
Tinha cenas "fortes", de sexo. Também lembro de um livro
chamado The Disenchanted, do Bud Schulberg. Era um romance sobre o
Scott Fitzgerald. Schulberg era um escritor de segundo time, mas foi o primeiro
livro sério que enfrentei.
Qual foi a coisa mais importante que o senhor aprendeu com o
seu pai?
LFV. Acho que foi ser tolerante e solidário na relação
com os outros. Coerente com minhas convicções.
Qual foi a importância de morar fora do país? A sátira dos
costume brasileiros é diferente dos norte-americanos?
LFV. Foram muito importantes os períodos que vivi nos
Estados Unidos, primeiro dos sete aos nove anos e depois dos 16 aos 20. Fiquei
muito ligado à cultura americana e acho que isso me ajudou profissionalmente,
na minha maneira de escrever, e influenciou meus interesses e gostos. Mas a
crítica de costumes feita lá e aqui não é muito diferente, nos dois casos
está-se satirizando uma era, não determinada sociedade, e um tipo de
comportamento, que é comum a todo o mundo moderno.
O senhor é casado há 48 anos. Qual é o segredo de um
casamento feliz?
LFV. No nosso caso, acho que o segredo é o fato dos
dois serem completamente diferentes um do outro. Eu sempre digo que a Lucia é
tão comunicativa que eu não preciso ser, e posso ser fechadão e antipático o
quanto eu quiser.
É bem humorado? Os textos são. Mas, e o senhor?
LFV. Sou mais para o depressivo.
FRASES SOBRE SER ESCRITOR:
Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as
coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.”
“Pobres dos escritores que não se derem conta disso:
escrever é transmitir vida, emoção, o que conheço e sei, minha experiência e forma
de ver a vida.”
“Nenhum escritor pode criar do nada. Mesmo quando ele não
sabe, está usando experiências vividas, lidas ou ouvidas, e até mesmo
pressentidas por uma espécie de sexto sentido.”
“O escritor é uma das criaturas mais neuróticas que existem:
ele não sabe viver ao vivo, ele vive através de reflexos, espelhos, imagens,
palavras. O não-real, o não-palpável. Você me dizia “que diferença entre você e
um livro seu”. Eu não sou o que escrevo ou sim, mas de muitos jeitos. Alguns
estranhos.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário