segunda-feira, 25 de julho de 2016

DIA DO ESCRITOR: DOS MESTRES PARA ESCRITORES MUTUENSES

Esta postagem tem o objetivo de parabenizar todos os escritores de Mutum, em Mutum e sobre Mutum.
CAPAS DE LIVROS DE ESCRITORES MUTUENSES OU SOBRE MUTUM

Escrever é difícil, publicar é outro tanto. Quando se escreve um poema simples, por exemplo, o escritor precisar lapidar as palavras. O Nosso blog MUTUM CULTURAL sempre busca incentivar a escrita postando entrevistas e sobretudo a série PENTALOGIA POÉTICA.

No dia do escritor, queremos saudar a todos os escritores, e dizer que estamos abertos a falar sobre o ofício de escrever. Para lapidar nossas escritas, ouçamos alguns dos mestre:

Segue uma entrevista com um dos grandes escritores do Brasil, Luís Fernando Veríssimo compartilhado do site Saraiva Contéudo.


ENTREVISTA


O senhor senta e escreve. Como é um processo criativo assim?

LFV. Acho que escrever é um oficio como qualquer outro, o que não significa banalizá-lo.  É  claro que a gente não senta e escreve como alguém que senta e conserta um relógio, mas também não se deve mitificar demais o ato de escrever. O tempo que levou a feitura deste e dos outros livros de crônica foi só o tempo de compilar as crônicas, que já estavam escritas.

O que mais gosta de escrever?

LFV. O que é mais fácil, geralmente crônicas sobre coisas mais leves, ou que sejam pura invenção.

Já foi difícil para o senhor escrever?

LFV. Fica cada vez mais difícil. Porque a gente vai ficando cada vez mais exigente.

Quem escreve muito, fala muito?

LFV. No meu caso, é o contrário.

Qual é sua crônica preferida em Em Algum Lugar do Paraíso? O senhor tem apego ao que escreve?

LFV. Não costumo reler as coisas que escrevo, para não ser mal influenciado. Mas todo escritor tem coisas de que gosta mais, e que raramente coincidem com a preferência dos leitores. Mas no caso deste livro não tenho nenhuma crônica preferida, pelo menos que me ocorra agora.

Qual foi o primeiro livro de verdade da sua vida? E quem deu esse livro?
LFV. O primeiro livro de gente grande que eu li foi Caminhos Cruzados, do meu pai. Li escondido, porque não era para crianças. Tinha cenas "fortes", de sexo. Também lembro de um livro chamado The Disenchanted, do Bud Schulberg. Era um romance sobre o Scott Fitzgerald. Schulberg era um escritor de segundo time, mas foi o primeiro livro sério que enfrentei.

Qual foi a coisa mais importante que o senhor aprendeu com o seu pai?

LFV. Acho que foi ser tolerante e solidário na relação com os outros. Coerente com minhas convicções.

Qual foi a importância de morar fora do país? A sátira dos costume brasileiros é diferente dos norte-americanos?

LFV. Foram muito importantes os períodos que vivi nos Estados Unidos, primeiro dos sete aos nove anos e depois dos 16 aos 20. Fiquei muito ligado à cultura americana e acho que isso me ajudou profissionalmente, na minha maneira de escrever, e influenciou meus interesses e gostos. Mas a crítica de costumes feita lá e aqui não é muito diferente, nos dois casos está-se satirizando uma era, não determinada sociedade, e um tipo de comportamento, que é comum a todo o mundo moderno.

O senhor é casado há 48 anos. Qual é o segredo de um casamento feliz?

LFV. No nosso caso, acho que o segredo é o fato dos dois serem completamente diferentes um do outro. Eu sempre digo que a Lucia é tão comunicativa que eu não preciso ser, e posso ser fechadão e antipático o quanto eu quiser.

É bem humorado? Os textos são. Mas, e o senhor?

LFV.  Sou mais para o depressivo.


FRASES SOBRE SER ESCRITOR:



Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.”
“Pobres dos escritores que não se derem conta disso: escrever é transmitir vida, emoção, o que conheço e sei, minha experiência e forma de ver a vida.”
“Nenhum escritor pode criar do nada. Mesmo quando ele não sabe, está usando experiências vividas, lidas ou ouvidas, e até mesmo pressentidas por uma espécie de sexto sentido.”
“O escritor é uma das criaturas mais neuróticas que existem: ele não sabe viver ao vivo, ele vive através de reflexos, espelhos, imagens, palavras. O não-real, o não-palpável. Você me dizia “que diferença entre você e um livro seu”. Eu não sou o que escrevo ou sim, mas de muitos jeitos. Alguns estranhos.”

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