segunda-feira, 24 de julho de 2017

UM POETA CHAMADO MUTUM

Entrevista com Jorge Sanglard
José Henrique da Cruz entre amigos em Juiz de fora,
a direita, Jorge Sanglard, o nosso entrevistado

Para ilustrar melhor nossas postagens a respeito do dia do escritor a ser celebrado amanhã, 25 de julho, buscando na internet sobre “literatura de Mutum”, deparamos com o TCC de Suzana Azevedo Reis, estudante de Comunicação Social na UFJF, Bar Brazil: A Contestação Estudantil Em Palavras entre outros poetas, Mutum. Em uma das páginas ela nos explica quem é Mutum. Trata-se de José Henrique da Cruz.
José Henrique da Cruz nasceu em 1957 na cidade de Carangola-MG. Viveu a partir de 1971, em Mutum-MG. Em 1972 mudou para Juiz de Fora para cursar o ensino médio, onde tomou contato com o professor e poeta Gilvan Ribeiro. Estudou Comunicação Social e trabalhou em vários jornais. Tornou-se um dos poetas locais mais reconhecidos. Morreu em 2003 em um acidente automobilístico ocorrido entre Mutum e Aimorés.
José Henrique da Cruz é um biografável por tudo que ele representou e ainda representa para quem o conheceu. No entanto, o recorte da nossa postagem é o seu produzir poético. Quem é esse poeta chamado Mutum? Para nos responder essa pergunta, o blog Mutum Cultural teve a honra de obter uma entrevista de um dos seus amigos e companheiros em Juiz de Fora-MG, Jorge Raimundo Sanglard de Paula.

A ENTREVISTA


 MUTUM CULTURAL: Antes de começarmos a falar do tema principal do nosso bate papo, José Henrique da Cruz, conhecido com Mutum, gostaríamos que você se apresentasse para o leitor do nosso blog Mutum Cultural.
 JORGE SANGLARD: Sou jornalista e pesquisador nas últimas quatro décadas em Juiz de Fora. Nasci em Juiz de Fora, morei desde pequeno e até 1971 em Manhuaçu, perto de Mutum. Em 1972 foi estudar Mineralogia em Ouro Preto e voltei a Juiz de Fora em 1975. Em 1976 iniciei o curso de Jornalismo na UFJF e encontrei o José Henrique da Cruz já no primeiro dia de aula e nos tornamos amigos e parceiros desde então. Atualmente, sou o Gerente do Departamento de Acervo Técnico do Museu Mariano Procópio. Coordenei a antologia "Poesia em Movimento", reunindo a produção poética de 42 autores contemporâneos com atuação em Juiz de Fora nos movimentos "Poesia", "Bar Brazil", "D' Lira" e "Abre Alas", entre 1975 e 2000, com destaque para a obra poética de José Henrique da Cruz. O livro conta com apresentações de Gilvan P. Ribeiro e Affonso Romano de Sant' Anna e foi publicado pela Editora UFJF em parceria com a Funalfa Edições pela Lei Municipal de Incentivo Murilo Mendes, em 2002.
   Iniciei minha carreira profissional na década de 1970, ao lado de José Henrique da Cruz, o Mutum, como um dos fundadores do jornal alternativo "Bar Brazil" e da revista "D’Lira". Ajudei, juntamente com o José Henrique da Cruz, a manter o movimento "Poesia". 
   Como jornalista, desencadeei nas páginas da Tribuna de Minas a campanha pelo resgate da importância cultural do Museu Mariano Procópio, o primeiro museu de Minas, que tem um dos mais significativos acervos do período colonial e imperial do país com mais de 55 mil peças.
   Como conselheiro do setor Literatura, por dois períodos, ajudei o Conselho Municipal de Cultura a formular o Plano Municipal de Cultura de Juiz de Fora aprovado na Câmara Municipal por unanimidade.
   Sou colaborador especial do jornal quinzenal “As Artes Entre As Letras”, no Porto, em Portugal. Fui assessor de imprensa na Ordem dos Advogados do Brasil Subseção Juiz de Fora. Colaborei, como pesquisador, com o Instituto Cultural Cravo Albin, no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira / Dicionário Houaiss Ilustrado da Música Popular Brasileira (onde tive a honra de ser verbete como crítico de música), ajudando a redigir os perfis de compositores e músicos de Juiz de Fora e da Zona da Mata mineira, reconhecendo e valorizando nossos talentos musicais.
   Coordenei a realização da "Primeira Mostra de Arte Universitária Mineira", na UFJF, em 1977. Ajudei a articular o Som Aberto, realizado pelo DCE, na UFJF nas manhãs de sábado, a partir de 1976.
   A partir de meados dos anos 1970 e até 1981, produzi alguns dos principais shows do Circuito Universitário, em Juiz de Fora (MG), realizados por Gonzaguinha, Luiz Gonzaga, Elomar, Dércio Marques, Gilberto Gil, João do Vale, Alceu Valença e Aniceto do Império. Produziu também apresentações de Egberto Gismonti, Arthur Moreira Lima e Clara Sverner.
   Atuei, entre 1981 e 1997, como repórter de cultura e diagramador do "Caderno Dois" do jornal "Tribuna de Minas" e também trabalhei na Tribuna da Tarde.
   Em dezembro de 1998, co-produzi, no Theatro Central de Juiz de Fora, a pré-estréia do show "As cidades", de Chico Buarque.
   Como programador visual, ajudei a elaborar o projeto gráfico da "Tribuna da Tarde", criei a capa e o encarte dos discos "Alpendre", "Nuances" e "Intuitiva melodia", do compositor, violonista e guitarrista mineiro Chico Curzio, e a arte do encarte do disco "Traços na parede", também de Chico Curzio. Elaborei o projeto gráfico do CD "Sertão das Miragens", de Luizinho Lopes e Marcela Lobo, e assinei a apresentação dos CDs "Caminhos Gerais" (Ronaldo Cadeu & Daniel Morais), "Mamão com açúcar" (Armando Aguiar, o Mamão), e "Batuque de negro" (Geraldo Santana).
   Junto com o artista gráfico Jorge Arbach e com o crítico de literatura Gilvan P. Ribeiro mantive, semanalmente, uma página de literatura no "Caderno Dois" da "Tribuna de Minas" e na “Tribuna da Tarde". 
   Ao lado do jornalista e crítico de arte Walter Sebastião, ajudei a articular o movimento e a campanha "Mascarenhas, meu amor" que, no início dos anos 1980, mobilizou artistas e a comunidade para a transformação da pioneira Fábrica Bernardo Mascarenhas no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas em Juiz de Fora.
   A partir de 1993, atuei na pesquisa, na divulgação e na luta pelo tombamento e restauração de dois ícones da arte moderna a céu aberto em Juiz de Fora: o painel em azulejos "As Quatro Estações", criado em 1956, por Candido Portinari, para a fachada do Edifício Clube Juiz de Fora, e o "Marco do Centenário de Juiz de Fora", primeiro monumento abstrato e concretista em praça pública no Brasil, projetado em 1949 por Arthur Arcuri, engenheiro-arquiteto modernista, e trazendo ainda o primeiro mosaico em vidrotil na concepção modernista criado em praça pública no país, em 1950, por Di Cavalcanti, e inaugurado em 1951.
   Tive atuação decisiva na redescoberta e no resgate da cidadania cultural do compositor, cantor e violonista De Moraes, autor da letra de "Minas Gerais", o "hino" popular dos mineiros, canção eleita pelo voto popular como a música do século XX em Minas Gerais, pela TV Globo Minas. Realizei a pesquisa e ajudei a articular a edição do CD "De Moraes", lançado pela Allca Music, com produção de Cléber Camargo, recuperando, a partir de originais em 78 rpm, 14 canções de um dos principais compositores mineiros da era do rádio, nos anos 1940 e 1950.
   Fui autor do projeto e do texto do livro “JF Anos 80”, que reuniu fotos históricas de Juiz de Fora na década de 1980 de autoria de Humberto Nicoline, também publicado com apoio da UFJF pela Funalfa Edições, aprovado pela Lei Municipal de Incentivo Murilo Mendes.
   Integrei o Conselho Diretor do Cine-Theatro Central e, entre janeiro de
Antologia poética organizada por Jorge Sanglard
com participação de José Henrique da Cruz
1997 e junho de 2003, exerci a função de Assessor de Relações Públicas da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), em Juiz de Fora, onde editei a "Revista de Cultura AZ" e ajudei a editar o jornal “Orpheu”. Colaborei com o jornal musical "International Magazine" e com o "Jornal do Rock". Colaborei com os jornais "Movimento" e "Em Tempo", nas sucursais de Minas. Fui colaborador especial do caderno semanal “das Artes das Letras” do jornal O Primeiro de Janeiro, no Porto, em Portugal. Colaborei com o Portal Literário Cronópios, em São Paulo, e com o jornal literário "Rascunho", de Curitiba, além dos jornais mineiros "Hoje em Dia" e "Estado de Minas". Fui primeiro-secretário do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora e seu representante junto à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).


MUTUM CULTURAL: Como você define José Henrique da Cruz?
   JORGE SANGLARD: José Henrique da Cruz encarnou a poesia como
poucos escritores. Viveu a poesia no dia a dia e ajudou a criar e a consolidar um dos mais importantes movimentos poéticos brasileiros a partir de meados dos anos 1970, com o folheto Poesia, o jornal Bar Brazil, e a revista D'Lira. Além de ser um grande poeta tinha um faro para editar poesia e ajudou a revelar muitos nomes que se consolidaram no universo poético e literário mineiro e brasileiro. Encontrei Mutum no primeiro dia de aula no curso de Jornalismo na UFJF e, desde esse dia, nos tornamos amigos e parceiros. 


MUTUM CULTURAL: Como foi a criação do folheto Poesia na UFJF?
   JORGE SANGLARD: A sensibilidade poética foi o fio condutor que reuniu, inicialmente, Gilvan P. Ribeiro e o saudoso José Henrique da Cruz (1957 – 2003) na articulação do folheto Poesia, em 1976, já na Universidade Federal de Juiz de Fora, após os sete primeiros exemplares terem sido editados com o apoio do Colégio Magister, em 1975. A partir daí, cada vez mais, foi sendo forjado o coletivo que deu sustentação ao
folheto Poesia, ao jornal Bar Brazil, ao folheto Abre Alas e à revista D’Lira. Ao conhecer Mutum, no primeiro dia de aula de Jornalismo na UFJF, conversamos sobre o que cada um de nós fazia e ele citou os folhetos Poesia editados no Colégio Magister por inspiração do professor de Literatura Gilvan P. Ribeiro. No segundo dia de aula, ele trouxe os folhetos e começamos a buscar a parceria de alguns novos poetas na UFJF. Na nossa sala mesmo encontramos a Raquel Scarlatelli. Assim, Minas Gerais viu florescer, a partir de 1975, em Juiz de Fora, uma geração de novos poetas e escritores que, hoje, são destaque no cenário contemporâneo da literatura brasileira: Luiz Ruffato, Iacyr Anderson Freitas, Edimilson de Almeida Pereira, Fernando Fábio Fiorese Furtado, José Santos, Sérgio Klein, Fabrício Marques, Eustáquio Gorgone, Júlio Polidoro, Knorr, Walter Sebastião, entre outros. Em 1975, trabalhando como professor de Português no Colégio Magister, Gilvan P. Ribeiro conseguiu articular o apoio da direção para fomentar um movimento de poesia, possível graças ao entusiasmo dos alunos. Em parceria com o Diretório Central dos Estudantes da UFJF, a partir de 1976, começaram a sair os folhetos com o título Poesia. Mimeografado no Colégio com papel cedido pelo DCE, o folheto funcionou como um ímã, ampliando-se bastante a partir da ideia inicial, dado o número de interessados que se manifesta na época. Distribuídos na rua, passaram a atrair mais gente. O grupo
Cartaz do evento musical Som Aberto
original, logo na Universidade Federal de Juiz de Fora, onde Gilvan P. Ribeiro já estava como professor de Literatura, se reorganizaria, adquirindo uma nova feição e ampliando o número de poetas. O folheto passaria a ser distribuído — sempre gratuitamente — nos espetáculos político-musicais chamados Som Aberto, organizados pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) e realizados na Universidade e sua distribuição ganhava também as ruas centrais de Juiz de Fora, sendo levado à população todas as semanas.

 
MUTUM CULTURAL:     Qual a importância do Professor Gilvan Procópio Ribeiro para provocar em vocês, estudantes, o interesse pela criação literária?
   JORGE SANGLARD: A importância do Gilvan foi total. Ele, desde os tempos do Colégio Magister, incentivou os alunos, que iam fazer vestibular, à leitura de poesia e também ao fazer poético. Despertou o interesse para a leitura da poesia e motivou a todos em escrever poesia. Articulou a reflexão à ação e isso foi fundamental para ajudar a fazer do movimento um núcleo expressivo de novos poetas. 

MUTUM CULTURAL:     Em 2015, a estudante de Comunicação Social, Jornalismo, Suzana Azevedo Reis intitula seu TCC  Bar Brazil: A Contestação Estudantil Em Palavras, onde ela tenta demonstrar que o Jornal mencionado tem com intenção contestar a ditadura militar. O que de fato foi o jornal Bar Brazil? Juntamente com D’lira e Abre-Alas, tratava-se de continuidade do movimento literário iniciado com o folheto Poesia?
   JORGE SANGLARD: Os poetas reunidos ora na Poesia, ora no Bar Brazil, passando pelo Abre Alas, ou ainda em torno da D’Lira, deflagraram uma pulsação irresistível nas manhãs de sábado, seja no Som Aberto, na Universidade Federal de Juiz de Fora, seja nas ruas centrais de Juiz de Fora. A interação entre poetas e leitores impregnou o sentimento coletivo de cumplicidade, que permeou essa poesia em movimento constante. Exemplo vivo de cultura como via de duas mãos, como troca de influências e de reciprocidades. Agora, o jornal Bar Brazil, além de publicar poesia, abriu espaço para ensaios, entrevistas, ilustrações, fotografias. Representou um passo paralelo ao folheto Poesia e ampliou o leque de parcerias. Foi um veículo de jornalismo cultural antenado com o seu tempo, portanto, foi um jornal crítico à ditadura, mas voltado para dar voz cultural a quem não tinha voz.
  
MUTUM CULTURAL: Qual a relação desse movimento nos anos 70 com a Geração Mimeógrafo?
   JORGE SANGLARD: A relação do movimento com a Geração Mimeógrafo foi intensa. Nós tínhamos contato com todo mundo que editava poesia no país e trocávamos as publicações via Correios. A intenção de todos que usavam o mimeógrafo como matriz para as edições era difundir a boa poesia e aí, Juiz de Fora projetou grandes poetas para Minas e para todo o país. E o Mutum foi um desses grandes poetas revelados em Juiz de Fora. 

MUTUM CULTURAL:     Qual a atuação de José Henrique da Cruz nessa efervescência? Ele, assim como os demais, tinha consciência da importância história de tal movimento em Juiz de Fora?
   JORGE SANGLARD: José Henrique da Cruz foi essencial para que tudo isso acontecesse. Ele era o poeta que dava sustentação às publicações. Ele tinha um bom olho para vislumbrar um poeta promissor e, com isso, abriu alas para muita gente boa divulgar a sua poesia e mostrar o seu talento poético. A consciência da importância histórica do movimento foi sendo forjada ao longo do tempo. O que o Mutum e eu sabíamos é que só seria publicada poesia de qualidade. E isso foi essencial pra filtrar o que era bom e dar peso literário ao movimento.  

MUTUM CULTURAL: Como você acompanhou a produção literária de José Henrique da Cruz?
  JORGE SANGLARD: Acompanhei a produção literária do José Henrique da Cruz desde o segundo dia de aula no curso de Jornalismo na UFJF, quando ele levou os primeiros sete folhetos da Poesia editados no Magister. Daí em diante nos tornamos grandes amigos e encaramos a parceria pra reativar o folheto Poesia e a criação do jornal Bar Brazil e da revista D'Lira. E, mesmo depois de sair da faculdade, acompanhei a produção poética do Mutum.

MUTUM CULTURAL: Como ele reagia ao ser chamado de Mutum?
  JORGE SANGLARD: Com naturalidade. Para nós, ele sempre foi o Mutum. Agora, assinava todos os poemas como José Henrique da Cruz.

MUTUM CULTURAL: O que você destaca em suas obras Pequenos Poemas, de 1979, e O Alfabeto do Poeta, de 1982?
  JORGE SANGLARD: É importante destacar o conjunto da obra poética
Obras da Editora Funalfa nos anos 70 e 80
do José Henrique da Cruz. O Mutum era fera nos pequenos poemas, na percepção do cotidiano em sua escrita. Desde os primeiros poemas na Poesia até as suas últimas criações poéticas, sua inventividade era imensa. Toda a poesia do José Henrique da Cruz tem densidade.  

MUTUM CULTURAL: Como vocês se relacionaram durante a fase em que ele esteve em São Paulo?
   JORGE SANGLARD: Nós sempre estávamos em contato. Quando editei a antologia "Poesia em Movimento", os poemas do José Henrique da Cruz foram os primeiros a serem escolhidos. O livro é uma homenagem a toda a trajetória do Mutum como poeta. E ele esteve presente no lançamento da antologia em Juiz de Fora e em São Paulo.

MUTUM CULTURAL: Você acompanhou o processo de edição de Manuscritos Azuis? E da reedição de O Alfabeto do Poeta?
  JORGE SANGLARD: Sim, ajudei a reunir os poemas do José Henrique da Cruz. Todo mundo que participou do movimento deu a sua contribuição.

MUTUM CULTURAL: Como a convivência com José Henrique da Cruz e as atividades culturais dos anos 70 influenciou na sua carreira de produtor cultural e jornalista?
  JORGE SANGLARD: Influenciou de todas as formas. A força da poesia do José Henrique da Cruz inspirava a todos. E eu, como parceiro mais próximo na escolha dos poemas para editar o folheto Poesia, vivenciei toda a criatividade do Mutum bem de perto.  Articulamos juntos o Bar Brazil, depois a D'Lira. sempre trocando informações e vislumbrando editar o material a partir do critério de qualidade. Depois, trabalhamos juntos em redação de jornal.

MUTUM CULTURAL: O que mais podemos falar de José Henrique da Cruz para que ele continue vivo em nossa memória?
   JORGE SANGLARD: É importante manter viva a poesia do José Henrique da Cruz. E é essencial manter viva a memória da grande pessoa que foi o Mutum. Foi um cara generoso, talentoso e que vivia a poesia. Juiz de Fora deve muito ao José Henrique da Cruz por ter ajudado a forjar um dos mais importantes movimentos poéticos a partir de meados dos anos 1970. A cidade passou a respirar poesia a partir do momento em que o Mutum resolveu espalhar poesia pelo Campus da UFJF e pelas ruas centrais de Juiz de Fora. 



***
“O suor do seu corpo dormiu no meu corpo/como se fosse o meu suor/Este peso, lembrante de tempo e trabalho/amor/teceu quedas e delírios em mim/com um sabor de frutas e riquezas” 
José Henrique da Cruz


Nenhum comentário:

Postar um comentário