ENI GOMES DE OLIVEIRA
24.07.2017
Eni Gomes de Oliveira, ou Tia Eni para muitos, compartilhou
suas atividades de escritora e, sobretudo, poetisa, com os ouvintes da Rádio Cultura. Apesar de acreditar que escrever de forma criativa seja um dom, seu
despertar para a literatura se deu com o saudoso professor Odilon através das
redações na escola. Ainda da época de estudante, seus autores preferidos eram
José de Alencar, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles. Mas a obra que
realmente lhe encantou foi O Pequeno Príncipe.
Ela expressou sua constante leitura para aumento do
vocabulário. E em horas não esperada, o poema vem. E quando isso acontece, é
preciso por no papel, senão passa.
Cita também como escritor da sua lista de leitura J.G.
de Araújo Jorge, poeta acreano. Prefere os poemas com rimas.
Mutum se faz presente em seus poemas. Principalmente
na sua única obra publicada até aqui, Poemas e Orações, publicação do próprio autor. Mesmo
longe da nossa terra, nos Estados Unidos, por exemplo, é de Mutum que ela
lembra. Da Matriz São Manoel, da praça principal e da pracinha em frente à casa
de seus pais. Recorda, por exemplo, quando a igreja de São Sebastião era perto
da pracinha (Praça Raul Soares, onde funciona a feirinha). Expressa, em seus
versos, os sentimentos nas várias etapas da vida.
JOSÉ RONALDO SIQUEIRA
25.07.2017
Nossa série se completa com José Ronaldo Siqueira, que
mesmo não sendo mutuense da gema, acabou sendo da clara. Segundo ele, despertou
para a escrita quando aqui já morava. Um prelúdio das suas escritas foi quando
no fundamental, uma redação sua foi lida várias vezes. Mas foi o
texto que
escreveu perante uma discussão entre dois ex-colegas de faculdade, já morando
aqui na terrinha da Guaxima, a centelha para enveredar-se na escrita criativa.
O texto veio a ser publicado no jornal de literatura da sua faculdade. A partir
daí escrever para ele virou cachaça.
Seu modus operandi é escrever com mais intensidade quando
viaja. Há também a inspiração dentro de sala, enquanto seus alunos estão
fazendo as tarefas.
Dos escritores brasileiros ele cita João Guimarães
Rosa e Clarice Lispector. Ele gosta dos textos que trazem fluxo de consciência
quando o narrador vai e volta no tempo. Cita suas referências na literatura
universal como James Joyce, Virgínia Woolf, William Faulkner entre outros.
Como professor de Língua portuguesa, inglesa e espanhola e de literatura, José Ronaldo é fascinado pelo modo de expressar das pessoas. Ele percebeu que mesmo dentro do mesmo município, como Mutum, ele captou diversidade entre o linguajar do Himalaia para o linguajar de Roseiral, por exemplo. Esse modo diversificado de se expressar está presente em sua literatura.
Como professor de Língua portuguesa, inglesa e espanhola e de literatura, José Ronaldo é fascinado pelo modo de expressar das pessoas. Ele percebeu que mesmo dentro do mesmo município, como Mutum, ele captou diversidade entre o linguajar do Himalaia para o linguajar de Roseiral, por exemplo. Esse modo diversificado de se expressar está presente em sua literatura.
Participa ativamente de concursos. Aconselha aos que
querem divulgar seus textos, que também participe. Cita com exemplo o blog
Concursos literários. Para ser escritor é preciso ser um bom leitor. Escreva,
uma hora vai ser publicado se assim Deus quiser.
Com diversas participações em antologias, ele também
destaca eu livro de contos O Prisioneiro e de microcontos, Historinha É O
Escambau, fruto da sua bem sucedida participação no Prêmio Microcontos
Escambau.
Nota: Em literatura, fluxo de consciência é uma técnica
literária, usada primeiramente por Édouard Dujardin em 1888, em que se procura
transcrever o complexo processo de pensamento de um personagem, com o
raciocínio lógico entremeado com impressões pessoais momentâneas e exibindo os
processos de associação de ideias.
Mais sobre José Ronaldo Siqueira
no blog Mutum Cultural:
AS CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa série de entrevista não seria possível sem a
comunicação objetiva do apresentador do Giro do Mutum. Nessa última postagem de
uma série de três, é dele as considerações finais:
No
decorrer desses sete dias de entrevistas, eu e os ouvintes do Giro do Mutum,
tivemos o privilégio de conhecer um pouco da vida e obra de alguns dos muitos
escritores mutuenses e com eles adentrarmos ao mundo da literatura. Mundo esse
tão desconhecido por nós brasileiros.
É um
fato incontestável que não só em Mutum, mas que em todo nosso país há um
resumido número de escritores que conseguem publicar seus escritos, e um número
ainda menor de mecenas, amantes e financiadores da arte em geral, que apoiam os
nossos escritores que, a ser desprovidos de tal apoio, permanecem na sombra do
anonimato.
Para
esses que “jazem” no anonimato, digo que perseverem e continuem a confessar
suas inspirações para o mais fiel confidente que é o papel, e quem sabe, talvez
em um futuro próximo ou distante, esse confidente fiel lhe traía a confiança e
traga a tona suas mais profundas confissões.
Já
para aqueles que têm suas obras publicadas, não digo sequer uma palavra
diferente, mas por outro lado imploro a vocês que também perseverem no ofício
da escrita, pois é isso que a própria escrita ou a arte em geral faz,
persevera, rompe as barreiras do tempo como fizeram as obras homéricas. Perseverem
e tornem eternas as impressões do homem nas páginas da História que nem sempre
é fiel aos fatos, mas que nem assim deixa de ser nossa história.
Além
de eternizar o homem, a arte da escrita também tem o papel de entretê-lo e por
que não engajá-lo em uma demanda social contra as tiranias e em favor da
liberdade. Liberdade essa que é uma das melhores definições para a escrita,
pois essa, na minha sincera e humilde opinião, não deve seguir os padrões
ortográficos e muito menos deve ser sistematizada em formatos previamente estabelecidos
, cada qual deve escrever sendo fiel à sua identidade que só é conquistada com
sua dita liberdade. Não sejamos hipócritas de desprezar verdadeiras pérolas, no
bom sentido da palavra, como “a gente somos inútil” ou “seu doutor me dê
licença pra minha história contar” ou “eu so fio do nordeste não nego meu
naturá”. Versos como esses e muitos outros são confissões fiéis daqueles que as
escreveram. Por isso, são a mais pura arte, afinal “pão e pães é questão de
opiniães”.
Marcos Adriano se preparando para entrar no ar |
Para
terminar, agradeço aos que acompanharam as entrevistas e também aos que as
cederam, e esses eu me dei ao trabalho de definí-los em poucas, porém
descritivas palavras. Muito obrigado ao clássico Olívio Araújo, ao inusitado
Francisco Fagundes, ao humilde Cláudio Mendes, ao devorador de rosas Gisélio
Alencar, à fiel saudosista Patrícia Soares, à maior mutuense Eni Gomes e por
fim ao “maior” escritor de todos esses, meu amigo, José Ronaldo. Obrigado!
Marcos Adriano (Locutor da Rádio Cultura)
NOTA DO BLOG: Contamos que em 2018 possamos novamente fazer essa parceria com a Cultura FM 87,9.
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