Essa
pentalogia além de contemplar o poeta espirito-santense de São Mateus, mas
residente em Vitória-ES, é também uma consideração ao nosso blog por um dos
nossos leitores e parceiros, Juarez Mariano (Juarez da Lojinha) que nos
apresentou o trabalho de Jorge Alves.
Durante
o tempo que morou em terras capixabas, Juarez Mariano teve contato com vários
escritores e pouco a pouco nos revela os trabalhos desses artistas.
Os
poemas que reproduzimos são extraídos do livro Sintonia Do Olhar. O primeiro
poema é o que dá título à obra e nos descreve o sol, fonte de energia para a
vida na Terra. Os outros quatro têm em comum a descrição poética da fauna
através das formigas, da preguiça, da relação entre as abelhas e suas classes
sociais, uma metáfora das relações humanas. E por último aborda o desconforto
do animal na selva de concreto. Boa leitura de cinco poemas em nossa série
Pentalogia Poética.
SINTONIA DO OLHAR
Vemos
o sol ao longe
nos
giros que a terra dá
como
um olho no universo
sempre
a no acompanhar.
Iluminando
nossos dias
e
noites faz clarear,
em
um flerte discreto
por
trás do corpo lunar.
Trazendo
o tempo para nós
sintonizados
no seu olhar.
FORMIGAS
Formigas
amigas, unidas
um
exército a caminhar
apenas
trabalham
não
pensam em guerrear.
Carregam
insetos
com
a força que tem
e
enormes vegetais
elas
levam também.
O
único objetivo
é
alimentos guardar
para
no inverno
poderem
saborear.
PREGUIÇA
Lá
vai ela
do
seu jeito devagar
com
braçadas preguiçosas
na
árvore a escalar.
Sem
preocupar-se com o tempo
nem
hora de chegar
vendo
espatifar no chão
frutas
a se despencar.
Lá
na ponta bem no alto
irá
se refugiar
de
predadores terrestres
que
vierem lhe caçar.
DESLIZE NA COLMEIA
A
rainha percebe
baixa
produção
em
uma das operárias
e
quer saber a razão.
Rápida
e discreta
começa
a investigação
sendo
surpreendida
com
tamanha traição.
Descobre
que a malandrinha
arranjou
uma paixão
e
ao invés do trabalho
vai
namorar o zangão.
Abafa
o acontecido
sem
promover discussão
prendendo-os
separadamente
matando-os
de solidão.
BICHO SOLTO
Que
lindo o mundo animal
quando
se encontra
em
seu habitat natural!
Presos
em selva de pedras
leva
uma vida infernal
são
ditos de estimação
enquanto
só têm ração
depois
de cada apresentação.
Homens
se dizem amigos
usando
deturpação
e
no curso da natureza
causando
diminuição.
REGISTRO DO TRABALHO DE JUAREZ ALVES
OUTRAS PENTALOGIAS POÉTICAS AQUI NO MUTUM CULTURAL
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