domingo, 30 de julho de 2017

A SINTONIA DO OLHAR FAUNÍSTICO DE JORGE ALVES

Essa pentalogia além de contemplar o poeta espirito-santense de São Mateus, mas residente em Vitória-ES, é também uma consideração ao nosso blog por um dos nossos leitores e parceiros, Juarez Mariano (Juarez da Lojinha) que nos apresentou o trabalho de Jorge Alves.

Durante o tempo que morou em terras capixabas, Juarez Mariano teve contato com vários escritores e pouco a pouco nos revela os trabalhos desses artistas.

Os poemas que reproduzimos são extraídos do livro Sintonia Do Olhar. O primeiro poema é o que dá título à obra e nos descreve o sol, fonte de energia para a vida na Terra. Os outros quatro têm em comum a descrição poética da fauna através das formigas, da preguiça, da relação entre as abelhas e suas classes sociais, uma metáfora das relações humanas. E por último aborda o desconforto do animal na selva de concreto. Boa leitura de cinco poemas em nossa série Pentalogia Poética.

SINTONIA DO OLHAR

Vemos o sol ao longe
nos giros que a terra dá
como um olho no universo
sempre a no acompanhar.
Iluminando nossos dias
e noites faz clarear,
em um flerte discreto
por trás do corpo lunar.
Trazendo o tempo para nós
sintonizados no seu olhar.


FORMIGAS

Formigas amigas, unidas
um exército a caminhar
apenas trabalham
não pensam em guerrear.

Carregam insetos
com a força que tem
e enormes vegetais
elas levam também.

O único objetivo
é alimentos guardar
para no inverno
poderem saborear.


PREGUIÇA

Lá vai ela
do seu jeito devagar
com braçadas preguiçosas
na árvore a escalar.
Sem preocupar-se com o tempo
nem hora de chegar
vendo espatifar no chão
frutas a se despencar.
Lá na ponta bem no alto
irá se refugiar
de predadores terrestres
que vierem lhe caçar.


DESLIZE NA COLMEIA

A rainha percebe
baixa produção
em uma das operárias
e quer saber a razão.
Rápida e discreta
começa a investigação
sendo surpreendida
com tamanha traição.
Descobre que a malandrinha
arranjou uma paixão
e ao invés do trabalho
vai namorar o zangão.
Abafa o acontecido
sem promover discussão
prendendo-os separadamente
matando-os de solidão.


BICHO SOLTO

Que lindo o mundo animal
quando se encontra
em seu habitat natural!
Presos em selva de pedras
leva uma vida infernal
são ditos de estimação
enquanto só têm ração
depois de cada apresentação.
Homens se dizem amigos
usando deturpação
e no curso da natureza

causando diminuição.


REGISTRO DO TRABALHO DE JUAREZ ALVES

OUTRAS PENTALOGIAS POÉTICAS AQUI NO MUTUM CULTURAL






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