quarta-feira, 1 de maio de 2013

O CORPO


A beira da linha o corpo salta aos trilhos
num súbito desejo de experimentação,
aproxima-se na ânsia de sentir de perto
o perigo que parece encantador.

Por milésimos de segundos
uma vida inteira brilha na ferrugem,
como num lapso de memória
sente-se enebriado de tanta adrenalina.

Por linhas retas perpendiculares,
dá-se brilho à maravilhosa experiência
de uma vida cheia de aventuras vazias
sem nexo, nem fim.

Estremece sob o céu
sem estrelas,
sem lógica,
sem aparente razão de ser.

O sangue circula tão rápido pelo corpo
que as veias e artérias precipitam-se
em movimentos descoordenados
e, palpitações que fazem sangrar por dentro.

O corpo parece flutuar
a mente não obedece
os trilhos escurecem,
uma multidão os seguem.

Na imediatez do agora,
ninguém se respeita.
Ouvem-se vozes e,
não escuta-se nada.

Falta algo.
Mas, o quê?
Esperava que os trilhos dissessem,
o que as ruas não conseguem dizer.


De Junio william
No grupo POESIAS


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