sexta-feira, 30 de setembro de 2016

TATUAGEM E TERREMOTO

O blog MUTUM CULTURAL dá publicidade a esta curta metragem essencial para nosso processo de humanização ao abordar essa figura ímpar que atua em nossa região com professor e como cineasta. Sávio Tarso é uma dessas pessoas que nos cativa com seu jeito de ser.

Nada ninguém melhor para falar sobre Sávio Tarso que ele mesmo, e é isso que ele faz nesse curta metragem.

Só lembrando que ele esteve em Mutum aplicando uma oficina de cinema por intermédio da AMMVA (Associação de Mutuenses Moradores no Vale do Aço).




Direção: Sávio Tarso e Nilmar Lage
Fotografia: Nilmar Lage
Edição: Cristiano Almeida

Tatuagem e Terremoto poderia ser um documentário sobre milhões de pessoas com deficiência. Trata-se de um relato íntimo e pessoal sobre um personagem vítima da poliomielite, que estabelece uma relação bastante peculiar com as sequelas que a doença deixou em seu corpo. Como uma tatuagem que impregnou-se em sua pele e em seu espírito, a deficência se transformou no seu traço de diferenciação, mas não o impediu de estar e viver plenamente no mundo dos ditos “normais”. 
Publicado em 20 de abr de 2016 no Youtube


Veja sobre a oficina de cinema em: 

domingo, 25 de setembro de 2016

FORTALECER E RESGATAR: III ENCONTRO DE CHAROLAS DE MUTUM

Aconteceu domingo passado, dia 18 de setembro de 2016, o terceiro encontro de charolas de Mutum-MG.

Essa ideia que surgiu e foi ganhando corpo a partir da participação de nossos grupos de Charola de São Sebastião em Muqui-ES onde ocorre já a mais de meio século o Encontro Nacional de Folia de Reis, o evento mais antigo desse tipo de manifestação cultural, vem acontecendo há três anos em nosso município.


Nesses três anos a Secretaria Municipal de Cultura, juntamente com a Associação Mutuense de Folclore e Conselho Municipal de Patrimônio Histórico vem acumulando Know-How para realizar o centenário da chegada da charola de São Sebastião em Mutum no ano que vem em 2017.
Preparando para a saída de Mutum rumo a Caracol.

Não foi com a intenção de fazer em Mutum o que se faz em Muqui, no sul capixaba, que há três anos começou a acontecer esse evento na pauta cultural do nosso município. Lá o encontro é de Folia de Reis ou Reisados, como é chamado em alguns lugares. Aqui a manifestação cultural é denominada de São Sebastião. As diferenças vão desde os componentes dos grupos, na Folia de Reis, por exemplo, temos a figura do palhaço, enquanto na charola não. O ritmo da cantoria também é diferente.

Tivemos esse ano presença de quatro grupos ativos em nosso município:
 Charola de São Sebastião da Barra da Ponte Alta

Grupo Missionário Charola de São Sebastião 
Caminhando Com As Comunidades



Grupo de Charola do Setor Imbiruçu


        Grupo de Charola Mirim Chico Fideles (Caracol).

O início do Encontro foi com um animado café no Córrego do Caracol, abertura feita com a cantoria do Grupo do Setor e o agradecimento do café feito pela Charola Mirim. 


O secretário de cultura César Tomé falou sobre a importância desse evento para manter viva uma cultura beirando ao centenário. Mencionou a ligação entre os grupos próximos à cidade com a Charola de Setor Imbiruçu.

Ainda na abertura, César Tomé falou sobre as etapas do processo em que os dois primeiros encontros serviram para fortalecer os grupos em atividade, e que a partir desse terceiro o objetivo é resgatar onde já teve como em Ocidente, Roseiral, Humaitá, Farias, etc.


Em seguida tivemos quatro itinerários: O grupo de Barra da Ponte Alta veio para a Barra do Humaitá e o distrito de Humaitá, com a participação do Senhor Antônio Teófilo, figura ilustre da nossa cultura.

O grupo da Charola Caminhando Com As Comunidades percorreu o Córrego da Areia, O grupo do Setor Imbiruçu passou pela casa da família do Saudoso Antônio Veredino, outro incentivador enquanto caminhou conosco, nos córregos Boa Vista e Pau d’Alho. E a Charola Mirim na comunidade dos Leandros. O nosso blog nessa etapa do Encontro acompanhou o Grupo Missionário Charola de São Sebastião Caminhando Com As Comunidades pelo Córrego da Areia.

À tarde, todos os grupos se encontraram no distrito de Humaitá, fazendo a caminhada até igreja local, onde concluíram o Encontro com membros da comunidade de São Francisco de Humaitá.



Apenas uma respirada e a comissão de organização, que conta com membros dos grupos, reunirão em breve para preparar o IV Encontro que será na cidade tendo em vista a comemoração do Centenário da chegada da Charola de São Sebastião aqui nas terras de guaxima, um ano após a nossa emancipação política por parte de Minas Gerais. Serão celebrados 100 anos em que cultura e religiosidade popular fortalece a alma dos nossos foliões e do povo que valoriza sua história.









quinta-feira, 8 de setembro de 2016

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

GILSON, Casinha Branca e Andorinha - Radio Manhuaçu com Teo Nazaré



GILSON, Casinha Branca- Radio Manhuaçu 

ARTE SOBRE PELE: ROGÉRIO FIDELIS

Arte Sobre Pele, mais uma série do blog Mutum Cultural, entrevista Rogério Fidelis, que nos fala do seu trabalho. São opiniões sinceras que revelam sua disposição de estar sempre evoluindo.

MUTUM CULTURAL: Qual sua opinião sobre a relação tatuagem e arte?
ROGÉRIO FIDELIS: Na verdade a tatuagem é uma forma milenar de arte, existente desde décadas antes de Cristo. É uma forma de arte mais popular, que a cada dia se torna mais comum, seja como forma de rebeldia ou simplesmente um adorno.

 MUTUM CULTURAL: Como você se transformou em um tatuador?
ROGÉRIO FIDELIS: Acho que o amor pela tatuagem sempre esteve em mim, só não havia descoberto. Desde moleque adorei tatuar, sou autodidata e riscava tudo a minha frente. Mas foi somente em 2013, depois de sofrer sérios acidentes, que me deixaram cadeirante por um tempo, que descobri meu amor pela tatuagem. Foi esse amor que me ajudou a seguir em frente e buscar forças onde não tinha.

MUTUM CULTURAL: Que grupo social procura mais se tatuar?
ROGÉRIO FIDELIS: Tradicionalmente são as pessoas do Underground. O grupo mais alternativo: Quem curte rock, skatistas, o pessoal do hip hop. Mas hoje as coisas estão mais abrangentes, e com a tatuagem em alta na mídia e entre os jogadores de futebol, esse pessoal que segue tendências e "copia" tudo que vê tem se tatuado bastante, para ficarem iguais aos seus "ídolos".

 MUTUM CULTURAL: Você acompanhou essa polêmica sobre tatuados (as) não poderem atuar em serviços públicos?
ROGÉRIO FIDELIS: Na verdade não, vi alguma coisa por alto, pelo que vi no Facebook. Em minha opinião caráter e competência não se medem por tatuagens, e sim por gestos e ações. Se uma pessoa está capacitada e apta para determinado cargo, não são tatuagens, brincos, piercings ou corte de cabelo que deveriam influenciar em sua contratação. No país ainda existe um preconceito gigantesco quanto a isso. Algumas pessoas nos olham como se fossemos bicho.
MUTUM CULTURAL: Como anda a expansão da adesão a tatuagem?
 ROGÉRIO FIDELIS: Como disse antes, hoje o preconceito existe. Mas está menor e mais abrangente e com a popularização da tatuagem devido a artistas e jogadores, a tatuagem está sendo muito bem aceita, seja como um fechamento de braço ou uma singela homenagem aos pais, filhos, parceiros, etc.
 MUTUM CULTURAL: O que é tatuar para você?
ROGÉRIO FIDELIS: Tatuar para mim é, antes de mais nada e antes de tudo, amor incondicional. É uma profissão, mas para mim é dedicação, estudo, amor e respeito por quem será tatuado.

MUTUM CULTURAL: Qual a tatuagem mais relevante, entre tantas, que você já fez?
ROGÉRIO FIDELIS: Todas são especiais e relevantes, cada uma é uma forma de evolução e aprendizado, mas a primeira que fiz foi uma das mais importantes, pois ali vi que era capaz, e tinha muito, mas muito, o que aprender e evoluir.

MUTUM CULTURAL: Como você se sente ao encontrar uma pessoa com uma tatuagem de sua autoria?
ROGÉRIO FIDELIS: Eu sou muito autocrítico, viu. Geralmente fico imaginando que poderia ter feito melhor, e onde e como posso melhorar.
MUTUM CULTURAL: Deixe um recado para quem pensa em se tatuar. E um recado para quem pensa em ser tatuador.
ROGÉRIO FIDELIS: Quem quer fazer uma tattoo pesquise bastante antes, olhe um bom profissional, analise seus trabalhos, opte por qualidade, não vá ao mais baratinho conhecido seu. Afinal, tatuagem é um luxo, e ficará pra sempre na sua pele. Pra quem deseja se tornar um tatuador, estude, estude e estude. Pratique bastante na pele artificial e no toucinho, só depois que tiver e sentir segurança, vá pra pele humana, e comece por desenhos simples e sem complexidade. E viva a arte sempre, e muita tinta na pele pra todos que amam a tatuagem.


sábado, 3 de setembro de 2016

DOBRADO MAESTRO JOSÉ HERÁCLITO BARBOSA

CANÇÕES DE FRANCISCO


Nossa Pentalogia Poética trás cinco poemas de Francisco Fagundes tendo como fio condutor o termo CANÇÃO no título.

O termo CANÇÃO em seus títulos nos coloca em sintonia com a melopeia em seus poemas, e que segue na terceira parte de sua obra, essa saudade se transforma em blues se eternizando, presente em alguns títulos.

A fanopeia aparece no seu remeter-se ao passado lembrando-se da seresta que não mais existe, mas que se canta o amor que ainda resta, ou pela saudade da moça triste e do velho em que o poeta se transformou pelas derradeiras madrugadas. E tudo se arremata na canção triste.

O poeta também, em outros poemas dessa obra, nos faz se sentir solidário com o Pedro Poeta em sua morte sentida no morro, mas ignorada pela cidade. Joãozinho Tristeza e sua faina amarga.

Para completar a trilogia de Enza Pound, temos a logopeia bem explicitada em Elementar, Meu Caro e Admirável Gado Louco, nos levando aos clássicos universais da literatura.


A trilogia de Enza Pound perpassa a trilogia “flor-abraço-saudade” de Francisco Fagundes nos abocanhando pela originalidade de seus versos.

CANÇÃO DE SERESTA ANTIGA

Não é mais tempo de seresta
Mas eu venho te embalar;
Trago o amor que ainda resta
-E um resto de luar.

Com certeza é primavera
Bem distante, em algum lugar.
Com certeza, alguém te espera
Em um porto, no além-mar.

Não é mais tempo de seresta
(Vem depressa, vem cantar!)
Eu via lua, de uma fresta
No horizonte, beijando o mar.


CANÇÃO PARA UMA MOÇA TRISTE

Existe uma moça triste
Que do amor se perdeu
Perdida em cada esquina
Do olhar dos olhos meus.

Existe uma moça triste
Que por amor enlouqueceu
Querendo viver a vida
De um jeito apenas seu.

Existe uma moça triste
Que não vê as estrelas do céu
Morrendo em cada saudade
Do amor que não viveu.

Existe uma moça triste
Que insiste em viver ao léu
Nos braços de outro homem
Pensando ser ele eu.

CANÇÃO DAS DERRADEIRAS MADRUGADAS

O velho saiu pela noite,
Saiu pela noite a cantar
Com suas sandálias surradas
Debaixo de um céu estelar.

O velho saiu pela noite
(Alcoólico de pasmar!)
Com seu andar de marujo
Que sente saudade do mar.

O velho saiu pela noite
Levando um azul no olhar;
Toda a grandeza do céu,
Toda a beleza do mar.

O velho saiu pela noite
Saiu pela noite a sonhar.
O velho sou eu pela noite
Levando, no sonho, o luar.


CANÇÃO PARA UM SOLO DE PISTON

(para Felício M. Fagundes)

Já é noite, de repente
E eu não vi
o dia passar.

Meu Deus! Já é tão noite
Que tenho medo
                    do outro dia não chegar.

E se é noite aqui na terra,
Noite funda de medrar,
                    será noite, além, no mar?

Será noite de lamentos,
Lamentos tristes de partir,
                    ou será noite de luar?
Já é noite de repente...
Noite funda de medrar!
Meu coração, doce demente,
Vai no sonho se encontrar...


CANÇÃO ANTIGA

Saio a cantar pela cidade
Uma triste canção antiga,
Braços dados com a saudade,
Olhos baixos para a vida.

Por que choro pela tarde
Se ora vejo o que já via?
É que em meu peito já não arde
O mesmo amor que outrora ardia...


(Leia as demais postagens da série PENTALOGIA POÉTICA.

MUTUM NO ALMANAQUE LAEMMERT

ALMANAQUE LAEMMERT