sexta-feira, 27 de julho de 2018

#ESTUPRONÃO


Com essa hashtag o jovem poeta de Mutum Gabriel Oliveira narra em verso uma situação que ainda perdura em nossa sociedade, mesmo com a emancipação feminina, a coisificação do outro leva um ser humano julgar que pode ter tal atitude.
Autor da página no facebook Apenas Sendo Eu, ele justifica que tal poema nasceu ao tomar conhecimento do relato de uma de suas seguidoras:
“Espero que lendo este, vocês possam ter de alguma forma se emocionado por que essa é a atitude mais horrenda que um 'homem' pode tomar.

E gostaria que compartilhassem ou de alguma forma fizessem esse texto alcançar o máximo de pessoas possíveis. Não por mim, mas por quem passa ou já passou por isso. Obrigado!”


Ela era mulher de alma pura.
Tinha lá alguns obstáculos em sua vida,
mas nenhum era forte o suficiente pra derrubá-la.
Isso até que um dia de forma horrenda lhe roubaram tal pureza.


Visto por todos como um homem comum.

Entrou em sua casa como um amigo e saiu pior que um monstro.
Homem? Não! Um homem não faria isso.
Um homem de verdade não seria capaz de tal violência.


A jogou contra a parede, pôs a mão em seu pescoço 

e fez dela uma vitima.
Enquanto ela tentava gritar era sufocada, corrompida, destruída.
Pois um monstro penetrou seu corpo e alma.
Ela não pôde sequer reagir, sequer fugir, sequer viver.


Depois de cometer tal afronta ele se vestiu e saiu, só se foi.

E ela? Ela ficou ali, caída no chão sem conseguir se mexer,
Sem conseguir pedir ajuda, sem conseguir nem mesmo chorar.
O que ela sentiu? Nem mesmo isso ela podia dizer, pois sua voz ali não mais residia.


E aquela mulher que se sentia pura se desfez. Se afogou.

Afogada em dor ela apenas existia.
Sozinha ela vivia sem amparo já que as palavras que lhe restavam
Mal servia para dizer um falso 'eu estou bem'.


-Gabriel Oliveira-

#estupronão

Nenhum comentário:

Postar um comentário