terça-feira, 8 de agosto de 2017

OS INDRISOS DE ANA HUBNER

Ana Hubner, uma poetisa a ser conhecida, estreia em nossa Pentalogia Poética nos presenteando com seus belos indrisos, esse novo estilo poético que tem cada vez mais chamado atenção de quem, condenado e aprisionado a ser instrumento da poesia, expressa a liberdade em versos.


Vagando pela seara dos sentimentos humanos, como tédio e anseio, Ana Hubner, mais que escuta, ausculta o silêncio e traduz em belos poemas o que esse incômodo e edificante companheiro tem a nós dizer.


ILUSÃO

Meus olhos desenham o doce querer
Embriagado pela ilusão
De viver o ato pleno de existir

Em sonho, acaricio o mapa lúdico
Ferindo a alma, a realidade é densa e cruel
Viajo na eternidade do tempo

Num espaço infinito vejo

Uma vã luta e seus ciclos



TÉDIO

No indelével espaço da alma
Todo o mistério do viver
Intensa angústia da existência

Entre a sombra e a luz
Contemplo o mar mudo
Água adormecida

Sou fonte, sou ferida

Anseio e tédio
  

VOCÊ

Você é meu raio de sol
Luz que desperta
Meu coração de pedra

Sem você, meus dias são escuros
Vazios do amor que sonhei
Esperei, espero, esperarei

Teu sorriso, uma prece

Teus olhos, meu farol!


O SILÊNCIO

Ergo o olhar da estrada
Sinto saudades do outono
Deito-me nua ao luar

Minhas mãos cheias de desenhos
Acolhem o silêncio
O vazio do existir

Entre mim e o que penso

Resta apenas a sombra do voo


VEJO

No silêncio calado de nós dois
No lapso indeciso do tempo
Renovo a esperança com olhos gastos

Com pupilas dilatadas vejo
A gota d’água, o papel, o fio de cabelo
A partícula do mundo

Sem refúgio, insisto ver o luar

Sonhando, sou eu só




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