Ana
Hubner, uma poetisa a ser conhecida, estreia em nossa Pentalogia Poética nos
presenteando com seus belos indrisos, esse novo estilo poético que tem cada vez
mais chamado atenção de quem, condenado e aprisionado a ser instrumento da
poesia, expressa a liberdade em versos.
Vagando
pela seara dos sentimentos humanos, como tédio e anseio, Ana Hubner, mais que
escuta, ausculta o silêncio e traduz em belos poemas o que esse incômodo e
edificante companheiro tem a nós dizer.
ILUSÃO
Meus olhos desenham o doce querer
Embriagado pela ilusão
De viver o ato pleno de existir
Em sonho, acaricio o mapa lúdico
Ferindo a alma, a realidade é densa e cruel
Viajo na eternidade do tempo
Num espaço infinito vejo
Uma vã luta e seus ciclos
TÉDIO
No indelével espaço da alma
Todo o mistério do viver
Intensa angústia da existência
Entre a sombra e a luz
Contemplo o mar mudo
Água adormecida
Sou fonte, sou ferida
Anseio e tédio
VOCÊ
Você é meu raio de sol
Luz que desperta
Meu coração de pedra
Sem você, meus dias são escuros
Vazios do amor que sonhei
Esperei, espero, esperarei
Teu sorriso, uma prece
Teus olhos, meu farol!
O SILÊNCIO
Ergo o olhar da estrada
Sinto saudades do outono
Deito-me nua ao luar
Minhas mãos cheias de desenhos
Acolhem o silêncio
O vazio do existir
Entre mim e o que penso
Resta apenas a sombra do voo
VEJO
No silêncio calado de nós dois
No lapso indeciso do tempo
Renovo a esperança com olhos gastos
Com pupilas dilatadas vejo
A gota d’água, o papel, o fio de cabelo
A partícula do mundo
Sem refúgio, insisto ver o luar
Sonhando, sou eu só
OUTRAS PENTALOGIAS POÉTICAS