terça-feira, 9 de outubro de 2012

PRETENSA POESIA: PARA CRER


PARA CRER


Parado na esquina de uma antiga ferida
Sem ter férias, sem feriado a vista
Vestido para matar ou morrer
Que venha a morte no próximo automóvel
Eu não me moverei além de uma molécula

Não meço consequências
Nessa decadente vida que levo
Nessa indecente roupa que lavo
Nessas linhas mal escritas do meu livro
Que Deus me livre de mim mesmo

Parado na esquina de uma velha avenida
Sem ter vida, sem ter vítimas
Apenas vitrines e promoção do que não foi vendido
Apenas vermes e podridão do que não foi aproveitado
Não foi aprovado peas células e pelas cédulas

Não peço perdão para meu algoz
Que me enforque sem dó nem piedade
Apesar da minha tenra idade já vi
Tudo que eu precisava ver para crer
E já toquei nas feridas do Cristo
Que vive dentro de mim

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