domingo, 14 de outubro de 2012

POESIA ESOTÉRICA IMPARCIALISTA

Poesia Esotérica Imparcialista: Poesias Esotéricas Imparcialistas: Dança ao som do silêncio O silêncio é o som O som é o silêncio, Onde nada existe, existi o som. Quando tudo faltar Ainda as...

ENTRANHAS DA CIDADE


Parece que você não sabe
Parece que você não entende
Que a gente não cabe
Dentro de um beijo
Que a gente ainda não sabe
O que o desejo nos pede

Parece que você não se preocupa
Com a luta pelo pão
Parece-me ser bom
Seguir seus passos
Parece que você não tem
Vontade de ser alguém
Parece que você se perde
Seguindo meus passos
Parece que eu faço
O que você não quer
E parece que você
Não quer nos entender

PARECE


Parece que você não sabe
Parece que você não entende
Que a gente não cabe
Dentro de um beijo
Que a gente ainda não sabe
O que o desejo nos pede

Parece que você não se preocupa
Com a luta pelo pão
Parece-me ser bom
Seguir seus passos
Parece que você não tem
Vontade de ser alguém
Parece que você se perde
Seguindo meus passos

Parece que eu faço
O que você não quer
E parece que você
Não quer nos entender

ESSA CIDADE


Essa cidade me sufoca
Com sua fuligem
Com sua fofoca
Essa cidade me suporta
Clandestino, sem passa-port
Sem ser passado a limpo

Essa cidade é má
E mata pouco a pouco
Essa cidade me deixa louco
E eu lucto contra a cidade
Sou verme em suas avenidas
Essa cidade me dá vida

Eu vivo nessa cidade
E vivo, me rebelo
Contra essa cidade
De castelos em ruínas
Essa cidade não me conhece
E eu não me conheço ainda nessa cidade

EXÓTICA




Ela não entendeu
O que eu queria dizer
Sem palavras
Ela parou bem em frente
Aos meus olhos
E ao neón da cidade

Ela não me estendeu
Suas mãos cálidas
Ela se calou
Diante dos cacos da cidade
Ela não disse não nem sim
E entrou no cinema

Ela não se entendeu
Diante da cena erótica
Ela se achou exótica
E chorou
Ela não se achou
Nos shoppings da cidade

GENTE-ANIMAIS-VIDA


GENTE-ANIMAIS-VIDA

Gente cabisbaixa
Gente que abaixa a lenha
Gente que segue Jesus
Gente sem jeito na vida
Gente no viaduto
Gente de tudo quanto é jeito

Animais primitivos
Animais em extinção
Animais mutantes
Animais muito vos animais
Animais demais
Animais dermatológicos

Vias em segunda-via
Vida de segunda-feira
Vida depois da morte
Vida em movimento
Vida, colcha de retalhos de momentos
Vida sem acento agudo

terça-feira, 9 de outubro de 2012

PRETENSA POESIA: PARA CRER


PARA CRER


Parado na esquina de uma antiga ferida
Sem ter férias, sem feriado a vista
Vestido para matar ou morrer
Que venha a morte no próximo automóvel
Eu não me moverei além de uma molécula

Não meço consequências
Nessa decadente vida que levo
Nessa indecente roupa que lavo
Nessas linhas mal escritas do meu livro
Que Deus me livre de mim mesmo

Parado na esquina de uma velha avenida
Sem ter vida, sem ter vítimas
Apenas vitrines e promoção do que não foi vendido
Apenas vermes e podridão do que não foi aproveitado
Não foi aprovado peas células e pelas cédulas

Não peço perdão para meu algoz
Que me enforque sem dó nem piedade
Apesar da minha tenra idade já vi
Tudo que eu precisava ver para crer
E já toquei nas feridas do Cristo
Que vive dentro de mim

PRETENSA POESIA: SEM ENTENDER


SEM ENTENDER

Procurando algo que nem sei o quê
O que poder ser
Além do meu próprio ser
Seja o que for
Ódio, aconchego ou amor
Será algo que em você eu encontraria

É uma busca sem fim
É uma emboscada da própria alma
Num mato sem armas para a defesa
Num morro abaixo sem freio
Apenas o anseio de chegar
A algum lugar
Que eu não sei onde fica

Parece que eu ando sempre em círculo
E meus ridículos ideais
Enrigecendo em meus músculos
Pareço tentando matar mosquitos
Morrendo sem entender a vida
Morrendo sem achar a saída
Morrendo sem entender a morte

PRETENSA POESIA: O LEGAL DA VIDA ILEGAL


O LEGAL DA VIDA ILEGAL
Pirei, meu filho
Pirei legal
A vida passa pela minha janela
A vida não avisa que a morte está vindo
A vida parece querer fugir de mim

Então eu penso
Que o legal é ouvir música dos anos 80
O legal é chegar a ter 80 anos
Mas para isso
Preciso fazer o que é ilegal

Essa monotonia todo dia
O mesmo tom e a mesma tez
Tenho vinte e poucos anos
Mas parece que sou velho demais
Para pedir paz atirando pedras em soldados

Pirei, meu pai
Pirei de forma paradoxal
Qual dia você vai me amar?
Em qual estação você vai me desnudar?
Eu penso que nunca
Eu tenho o peso de uma mula
Ou uma multa por passar dos 80
E eu estou longe.. muito longe... de tudo