A Igreja pode estar calada há décadas - inclusive com um silêncio cúmplice -, mas quando fala o faz medindo muito bem a mensagem, os tempos, a cenografia. Desde segunda-feira até quinta, Roma foi a sede de um simpósio milimetricamente organizado pelo Vaticano através da Pontifícia Universidade Gregoriana, para lançar uma mensagem muito clara ao mundo cristão, resumida em três reflexões do papa e uma quarta pronunciada pelo bispo Charles Scicluna, promotor de justiça do Vaticano.
As frases de Bento 16 são: "A pederastia é uma tragédia. As vítimas têm de ser nossa preocupação prioritária. A Igreja precisa de uma profunda renovação". A quarta reflexão, do bispo Scicluna, é a consequência lógica das três anteriores e representa de fato um grande salto à frente: "É errôneo e injusto aplicar a lei do silêncio diante dos casos de pedofilia. O abuso sexual de menores não é só um delito canônico, mas também um delito perseguido pelo direito civil. Portanto, é essencial cooperar com as autoridades". O cardeal de Munique (Alemanha), Reinhard Marx, veio a dizer o mesmo no encerramento da cúpula, embora de outra maneira: "A legislação estatal não pode ser considerada uma ingerência nos assuntos da Igreja"
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