vai aí uma poesia em forma de centão.
BEIJOS DO CORPO
amo ouvir uma voz a mais
eu não reconheço a pureza
uns acentos do passado
olhando as fotos da ternura
quem traz vida e corpo
o habitante do meu calor
que se derrama nos retratos
esse estranho dublê do medo
como temendo a vida
talvez eu já segredasse
revelo o oculto, o emprestado
em algum corpo que ama
preso interno do nada
foi tanta força que eu fiz por aflição
amo um risco, um gesto de graça
pra tanta gente eu me dei vivo
um olhar honesto poupei
só pra você eu me esquivei
que alvoroce o disfarce
será que o tempo sempre me cordializa
porém mais que o olhar que passa
tomara que um dia tudo isso honestize
mais que o riso e o brado deixar
desculpe as mágoas que eu gesticulei
Nenhum comentário:
Postar um comentário